Educação só avança no bê-a-bá

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013, divulgado na última quinta-feira (5) pelo Ministério da Educação (MEC), mostra que o ensino médio e os anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano) não conseguiram atingir a meta prevista de qualidade do ensino. Nos anos iniciais do ensino fundamental (1° ao 5° ano), isto é, no ensino do bê-á-bá e das quatro operações fundamentais, o Ideb superou a meta em 0,3 ponto.

Para os anos iniciais do ensino fundamental, de responsabilidade das prefeituras, o Ideb passou de 5, em 2011, para 5,2, em 2013, atingindo a meta estipulada de 4,9. Para os anos finais desta etapa de ensino, o Ideb passou de 4,1, em 2011, para 4,2, em 2013. Nesse caso, a meta era 4,4. Já no ensino médio, que é da responsabilidade exclusiva dos governos estaduais, a meta estabelecida era 3,9 e o Ideb atingido foi 3,7. O ensino médio foi a única das etapas que não teve crescimento no Ideb, quando comparado com a nota anterior, de 2011, que também foi 3,7.

O ministro da Educação, Henrique Paim, disse considerar que, futuramente, o avanço dos anos iniciais poderá ter impacto positivo nas etapas seguintes de estudo, isto é, o melhor desempenho na fase inicial deverá influir nos resultados da fase seguinte, de 6ª à 9ª Séries, também de responsabilidade das prefeituras. Paim disse que, além disso, é preciso analisar os elementos que devem ser trabalhados para melhorar os resultados dos anos finais do ensino. Quanto ao ensino médio, o ministro lembrou que o governo vem discutindo medidas para aprimorar essa fase. “Precisamos trabalhar a questão do currículo, ampliar a flexibilidade do currículo. No ensino médio, temos uma situação em que a maioria dos educadores sabe que é necessário rever essa etapa. Eu diria que o esforço que fizemos em relação ao ensino médio é mais recente do que o que fizemos em relação aos anos iniciais”, ressaltou.

O Ideb avalia a qualidade do ensino do país com base em dados sobre aprovação e desempenho escolar obtidos por meio de avaliações do MEC. Desde a criação do indicador, foram estabelecidas metas que devem ser atingidas a cada dois anos por escolas, prefeituras e governos estaduais. No estudo não é avaliado, no entanto, os ganhos de produtividade nos ensino fundamental e médio decorrentes de maior incentivo de prefeitos e governadores à melhor qualificação do Magistério, como incentivo a cursos de extensão e requalificação. Afinal de contas, a grande maioria dos professores nos dois níveis de ensino foram formados numa época em que não havia computadores. A nível de tecnologia, os atuais alunos do ensino fundamental tem experiência em notebooks, tablet e conhecem como poucos a ferramenta de pesquisa da Google.

No Estado do Rio, por exemplo, o governo do estado resolveu distribuir computadores portáteis para os professores, mas a maioria das escolas ainda utiliza o giz, enquanto faltam bibliotecas e incentivos aos alunos para que leiam, pelo menos um livro, a cada semestres. E a ideia do horário integral, que a saudosa professora Armanda Álvaro Alberto implantou na Escola Regional de Meriti, na primeira metade do Século XX, embora integre as propostas dos candidatos apresentadas no horário eleitoral gratuito (custa R$ 700 milhões só com renúncia fiscal das emissoras de rádio e TVs), dificilmente será implantada, principalmente no ensino fundamental, pois as prefeituras - com a redução dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios derivada da redução do IPI sobre automóveis e eletrodoméstico - estão endividadas.

MEDCOR Exames Cardiológicos
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