Greve de bancários dificulta a vida da população da Baixada

Greve de bancários dificulta Josué CardosoA greve dos bancários, deflagrada no último dia 6, continua a afetar diretamente a Baixada Fluminense, especialmente Duque de Caxias, onde as principais agências não realizam atendimento presencial, funcionando apenas alguns caixas eletrônicos. São muitos os transtornos, segundo os usuários. Nos correspondentes, como casas lotéricas e Correios, por exemplo, é possível pagar contas, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, embora as operações sejam limitadas a cerca de R$ 1 mil. Os valores das transações, porém, são diferentes em muitos locais.

Os bancários reivindicam 10,25% de reajuste, incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real, piso de R$ 2.416,38 e participação nos lucros de três salários mais R$ 4.916,25 fixos, entre outras reivindicações. A população, por sua vez, reclama das longas filas formadas nesses estabelecimentos, devido à paralisação do atendimento pessoal nas agências. Muitos estão impossibilitados de realizar qualquer tipo de operação devido a bloqueios de senha, problema que só é resolvido nas agências.

- A gente sofre muito com essa greve. Sei que os trabalhadores devem lutar pelos seus direitos, mas quem vive as dificuldades somos nós. Costumo usar as loterias pela manhã, quando o movimento é pequeno, ou na hora do almoço. Agora não dá mais, pois ficam muito cheias e acabamos sendo obrigados a pagar as contas no final do dia, pois a demora é muito grande, não sabemos quando seremos atendidos. Isso deve até afetar a saúde das pessoas - diz a enfermeira Alba Barbosa, de 27 anos, que estava há 40 mais minutos na fila de uma lotérica no calçadão para pagar uma conta de energia elétrica. Já o estudante universitário Carlos Venceslau, de 21 anos, que tentava um atendimento junto à gerência da agência da Caixa na Praça Governador Roberto Silveira, se queixou da precariedade do atendimento. “O atendimento do sistema bancário ao público parece uma doença incurável. Os bancos são multados frequentemente, perdem ações na justiça, mas a qualidade do atendimento não melhora. É uma verdadeira tragédia necessitar deles”, desabafou.

O Brasil possui cerca de 23 mil agências, das quais 6,5 mil são de bancos públicos, como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. A Fenaban informou que apresentou proposta de reajuste de 6% à categoria e diz manter diálogo com a categoria em busca de fechamento de um acordo e renovação da convenção coletiva de trabalho entre bancos e funcionários. O Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, procurado na semana passada por telefone e email pelo Capital, não se manifestou, até o fechamento desta edição, sobre a pauta de reivindicações e as reclamações da população quanto aos transtornos causados pela greve.