Inclusão digital

Existem no Brasil 107 mil lan houses, responsáveis pelo acesso de 32 milhões de brasileiros à internet, que são parceiros importantes em praticamente todas as ações governamentais, como acontece nas áreas da educação e da saúde. Elas atendem o cidadão diretamente em sua comunidade, com eficiência e baixo custo.

Nos últimos anos, as lans assumiram papel social importante para parcela significativa de brasileiros, especialmente os de baixa renda. Segundo dados mais recentes do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), essas lojas respondem pela inclusão digital de 35% dos brasileiros conectados à rede mundial de computadores. Pesquisa encomendada pelo CDI, com 891 frequentadores de lans em todo o País, constatou que ler e-mails; comunicar-se com amigos e parentes; ver vídeos, fotos e ouvir música são os usos mais comuns para, respectivamente, 67%, 65% e 55% dos usuários desses estabelecimentos, que viraram espaço de convívio e de diálogo virtual, onde se reúnem amigos, familiares e namorados.

O levantamento do CDI traz outra revelação: número significativo de internautas utiliza as lan houses para tentar melhorar de vida. Segundo a pesquisa, 25% usam o serviço para trabalhar, 20% para se informar sobre empregos e oportunidades de ganhar dinheiro e 19% para fazer cursos a distância. Esses dados mostram que as lans podem ser uma das ferramentas que ajudaram, e ainda ajudam, na ascensão de milhões de pessoas à nova classe média.

A análise desses dados também nos mostra que os programas de inclusão digital do Governo Federal, como o que garante internet barata em quase 400 municípios, seguem na direção correta e vão ao encontro das pessoas dispostas a adquirir tecnologia para impulsionarem suas carreiras e estudos.

As lan houses ainda têm capacidade para oferecer mais e melhores serviços. Por isso o setor público e a iniciativa privada vêm buscando meios para que seus programas, serviços e produtos também encontrem espaço nessa verdadeira rede de cidadania. Tramita no Congresso Nacional, um projeto de lei regulamentando esse serviço e classificando as lan houses como de “interesse social”. Sugiro que os proprietários dessas lojas, empresários do setor, usuários, todos que se interessam pelo assunto, enfim, acompanhem as discussões do tema no Legislativo e contribuam para melhorar o texto em tramitação.

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