Cai diretor da PF e ministro do STF prorroga investigação sobre Temer
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Novo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann decidiu trocar o diretor-geral da corporação, Fernando Segovia, poucas semanas depois de uma entrevista em que ele indicou que blindaria Michel Temer no inquérito sobre os portos.
A demissão foi o primeiro ato de Jungmann no comando do novo ministério, para o qual a Polícia Federal passará a responder no governo Temer, deixando o Ministério da Justiça, comandado por Torquato Jardim. Jungmann sugeriu para o cargo de diretor da PF o nome do delegado Rogério Galloro, atual secretário nacional de Segurança Pública, e Temer concordou.
Após a entrevista à Reuters, em que afirmou que a tendência na PF seria arquivar a investigação contra Temer, Segovia teve que dar satisfações ao ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator do caso no STF, provocando um desgaste. Nesta semana, ele foi proibido de comentar a investigação sob pena de deixar o cargo. Nesta mesma terça-feira (27), Barroso autorizou a prorrogação da investigação por 60 dias, atendendo a pedido da PF e do MPF. Leia mais sobre a decisão de Barroso na reportagem da Agência Brasil:
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu prorrogar por mais 60 dias o inquérito aberto pela Corte para investigar o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado pelo presidente Michel Temer em maio do ano passado. Na ação, além do presidente Michel Temer, são investigados no mesmo inquérito o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antônio Celso Grecco e Ricardo Mesquita, donos da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.
Em janeiro, ao responder por escrito aos questionamentos dos delegados responsáveis pelo caso, a defesa do presidente Temer declarou que ele nunca foi procurado por empresários do setor portuário para tratar da edição do decreto. Sobre o ex-deputado Rocha Loures, um dos investigados no inquérito, Temer disse que nunca o autorizou a fazer tratativas em seu nome. "Peço vênia para realçar a impertinência de tal questão, por colocar em dúvida a minha honorabilidade e dignidade pessoal", escreveu.