Perversa informalidade

A informalidade é perversa. E não estou falando da forma de tratamento que utilizamos no Rio de Janeiro não, muito menos da roupa que costumamos vestir. Estou falando do trabalho informal. Se por um lado, ele garante uma remuneração um pouco maior no curto prazo, no médio prazo ele retira dos setores a força e o poder de mobilização, que são fundamentais para qualquer demanda por incentivos ou redução de impostos.

O Turismo é um bom exemplo: todos dizem que o Rio de Janeiro é a capital do turismo no País. Porém, as entidades que atuam no setor apontam uma série de gargalos. O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro publicou no ano passado uma reflexão sobre o setor sugerindo uma série de metas e ações em cima deste diagnóstico. Mas, como gerar uma mobilização do setor, ou retratá-lo fielmente se, segundo dados da Secretaria estadual de Turismo, só na cidade do Rio 50% dos trabalhadores são informais? Como mostrar a força econômica do setor, se além dos trabalhos não especializados se escondem atrás desta informalidade serviços que exigem padrões internacionais de segurança?

Tirar da informalidade não deve ser uma luta apenas do governo. Deve fazer parte das preocupações de todas as entidades que lidam com o Turismo e dos turistas também, que tem um papel importantíssimo na denúncia. Temos um cenário promissor na área do Turismo para os próximos anos. É o momento de investir, mas também de transformar. Na medida em que são contabilizados, os trabalhadores passam também a ter garantias e direitos, não são só deveres. E mais: ganham força para acelerar o tão necessário e urgente processo de desburocratização. 

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