Dá trabalho

Queremos resultados rápidos, excelência, ouro. Retorno para um investimento que, segundo dados do Ministério dos Esportes, chegou a R$ 2 bilhões. Mas esquecemos que esporte é construção, demanda tempo, e deveria começar na escola, com o professor de educação física. Para se chegar ao topo da pirâmide (o esporte de alto rendimento), precisamos investir na base, no esporte escolar e no esporte participação, aquele que todos gostamos de fazer nos clubes, condomínios, praças, parques e espaços das cidades que oferecem a oportunidade de iniciação da prática esportiva para crianças e jovens e de lazer para adultos.

Já passaram a bandeira para nós. Daqui a quatro anos, não seremos só telespectadores. Seremos anfitriões de uma festa que tem como objetivo incutir nas gerações os valores olímpicos e paralímpicos (é, sediaremos também as Paralimpíadas, mas pouco se fala disso), que são respeito, amizade, excelência, coragem, determinação, inspiração e igualdade. Os atletas que disputarão 2016 já estão definidos. Só cabe a eles treinar mais.

Mas deveríamos ter metas mais ousadas. Trabalhar a base. Mas se não mudarmos nossa perspectiva, esta que atua sempre no curto prazo, dificilmente teremos um legado que vá além das mudanças na infraestrutura.

O esporte precisa de investimento? Os atletas tem que ter patrocínio? Sim! Mas não podemos fazer isso apenas de quatro em quatro anos. As Olimpíadas tem um potencial enorme de inspirar novas gerações de atletas. E isso só se faz se olharmos para a escola, valorizarmos o profissional de Educação Física, investirmos em infraestrutura das escolas e em centros de treinamento. É preciso tornar este processo sustentável. Alimentá-lo. Mas se não formarmos uma geração que tenha o esporte como parte importante das suas vidas, dificilmente figuraremos entre os campeões.

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