Cuba pede aos EUA o fim de ações “ilegais”
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O governo de Raúl Castro pediu aos Estados Unidos para acabar com as ações “ilegais e encobertas” contra Cuba, em uma reação à rede social lançada na ilha pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, a sigla em inglês). “Isso demonstra, mais uma vez, que o governo norte-americano não renunciou aos seus subversivos planos contra Cuba, os quais visam a criar situações de desestabilização para provocar mudanças no nosso sistema político e aos quais continua a dedicar orçamentos milionários todos os anos”, diz comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Cuba.
Os Estados Unidos confirmaram quinta-feira (3), que, em 2010, lançaram uma rede social em Cuba, que funcionou dois anos, com o objetivo de aumentar o acesso da população à informação. A justificativa por parte de Washington surgiu depois de a agência de notícias norte-americana Associated Press ter revelado a existência desse projeto considerado clandestino e denominado ZunZuneo (designação popular cubana para o som produzido pelo pássaro beija-flor), cujo propósito era criar uma espécie de Twitter.
A porta-voz adjunta do Departamento de Estado norte-americano, Marie Harf, negou que se trata de um programa “secreto”, assegurando que ele se desenrolou de forma “discreta,” atendendo ao “ambiente hostil” em Cuba relativamente aos Estados Unidos. “Entendemos que os cubanos precisam de plataformas para se expressar e decidir como querem que seja o futuro”, disse Marie Harf, durante entrevista em Washington.
Segundo a imprensa norte-americana, o projeto começou em 2009, com a obtenção de meio milhão de números de telefones móveis de Cuba e da Usaid, e o fato de seus subcontratados terem ocultado as relações de Washington ao projeto, com a criação de empresas-fantasma em países como a Espanha e por meio do uso de uma conta bancária nas Ilhas Caimã. Em dois anos de funcionamento, a ZunZuneo conseguiu alcançar cerca de 40 mil seguidores.
Em declaração enviada à agência de notícias, a Usaid disse “ter orgulho do seu trabalho em Cuba, em relação ao fornecimento de assistência humanitária básica, à promoção dos direitos humanos e das liberdades fundamentais e à contribuição para um fluxo de informação mais livre para o povo cubano, que “tem vivido sob regime autoritário ” há 50 anos. (Com informações da Agência Lusa)