Escuta mostra milicianos de Caxias negociando com traficantes do Alemão

Uma escuta telefônica, interceptada por policiais da Draco/IE-Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais, registrou o momento em que milicianos da Baixada Fluminense negociavam a venda de armas com traficantes do Complexo do Alemão. Para o delegado Claudio Ferraz, a escuta mostra que as milícias e o tráfico são a mesma coisa. "É um marco, porque mostra que a milícia não se contrapõe ao tráfico. Quando percebem uma oportunidade eles se unem".

A escuta telefônica é resultado de seis meses de operação da polícia civil, que resultada com a prisão, no último dia 21, dezenas pessoas foram presas, em Duque Caxias, entre elas os vereadores Jonas Gonçalves da Silva, o "Jonas é Nós", PM reformado, e Sebastião Ferreira da Silva, conhecido como "Chiquinho Grandão", ambos acusados de chefiarem a milícia "Família É Nós". Os dois vereadores presos foram indiciados na CPI das milícias, em 2008, mas a partir de uma emenda constitucional, um grupo de deputados retirou do relatório final o nome de Sebastião Ferreira da Silva, conhecido como "Chiquinho Grandão".

A operação, batizada de "Capa Preta", teve como objetivo desarticular um grupo de milicianos, que atuava na Baixada Fluminense. A operação contou com a participação de 200 policiais civis de várias delegacias especializadas. Ao todo foram emitidos pela justiça 34 mandados de prisão e 54 de busca e apreensão.

Chiquinho Grandão também foi denunciado recentemente na 59ª DP de Duque de Caxias, acusado de invadir e depredar, juntamente com representantes da Funerária Rio Pax, do Rio, uma Capela do Cemitério Nossa Senhora de Belém, no bairro Corte Oito, conforme o Registro de Ocorrência nº 059-11131/2010, feito no dia 19 de agosto. A Rio Pax ganhou o noticiário policial até fora do país. Foi com a ajuda de dois funcionários que foi forjada a morte de um falsário norte-americano – Osama Mohammed El-Atari - para tentar enganar o FBI e bancos dos Estados Unidos, onde ele aplicou uma série de golpes que somam 100 milhões de dólares. No Brasil a empresa também ficou nos noticiários por tentar simular a morte do traficante Nem da Rocinha, com falsos documentos e sepultamento.

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