Estudos revelam que UPPs contribuem para o desenvolvimento econômico das comunidades

De acordo com o Instituto Pereira Passos (IPP), a cidade do Rio de Janeiro tem 152 complexos de favelas e 467 favelas isoladas. Segundo o Censo Favelas Empresarial, da Secretaria estadual da Casa Civil, a maioria dos negócios existentes nessas áreas opera na informalidade, o que não é nenhum segredo. Este levantamento revelou ainda que na Rocinha mais de 90% dos comércios operam irregularmente.

Caso a pacificação chegue à comunidade, esse cenário tende a mudar. É o caso de favelas como Borel, Salgueiro, Turano e Formiga – localizadas na Tijuca - onde desde 2009 já foram formalizadas 777 empresas. Na Zona Oeste - onde fica a UPP da Cidade de Deus - o número é ainda maior: 1.986 alvarás de funcionamento já foram entregues aos comerciantes.

No mês passado o professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro e relator Nacional do Direito à Cidade da Plataforma Dhesca, Orlando Júnior, apresentou durante audiência na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão um relatório que destaca a criação da Comissão de Mediação de Conflitos, que foi instituída pela Secretaria Municipal de Habitação, vinculada ao Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social.

Para Orlando, a comissão representa esperança contra casos de abusos de autoridades e demonstra a vontade da secretaria de dialogar com a população das diversas comunidades do Rio. “O desafio é fazer com que os demais órgãos municipais respeitem os moradores e seus direitos”, disse.

Sabemos que esse tema ainda divide opiniões. Mesmo assim, não pode ser deixado de lado, já que as UPP’s têm se tornado uma realidade cada vez mais possível na cidade do Rio de Janeiro. (Priscilla Ricarte)