Clima e preços favoráveis podem levar a novo recorde da safra de grãos

Foto: banco de imagensSe as condições climáticas e os preços se mantiverem favoráveis, a produção da safra nacional deve continuar a crescer, atingindo um novo recorde. A afirmativa é do gerente de Agricultura do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), Mauro Andreazzi. O pesquisador comentou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de maio, divulgado no último dia 8, que prevê 161,2 milhões de toneladas para a safra nacional em 2011, volume 7,8% superior ao de 2010 (149,6 milhões de toneladas), que foi recorde. “Este já é um ano recorde de grãos desde o início do plantio desta safra, em fevereiro, e como as condições climáticas vieram se mantendo, a cada mês a gente vem informando um pequeno acréscimo. E a tendência é que o volume da produção continue aumentando, se as condições climáticas se mantiverem e os preços continuarem a incentivar o plantio”.

Os dados do LSPA de maio indicaram um aumento de 1,6% no volume da safra em relação à estimativa divulgada em abril. Segundo Andreazzi, o milho, que foi plantado com atraso em Mato Grosso, pode sofrer um pouco com a estiagem, devido ao período de seca no Centro-Oeste. Ele disse ainda que o trigo, que está sendo plantado agora no Paraná, apresentou decréscimo de 0,3% em relação a abril devido à seca. No entanto, de acordo com o pesquisador, essas quedas não vão afetar o bom desempenho da safra nacional. “Será um decréscimo muito pequeno e o recorde vai se manter.”

CRESCIMENTO - As exportações do agronegócio brasileiro atingiram o valor de US$ 8,4 bilhões em maio, um aumento de 17,5% em relação ao mesmo mês de 2010, que teve US$ 7,2 bilhões. Embora o superávit também tenha crescido mais de 10%, totalizando US$ 6,9 bilhões, o que mais aumentou, à taxa de 53,8%, foi o volume de importações, passando de US$ 1 bilhão para cerca de US$ 1,5 bilhão. De acordo com os dados publicados no dia 10 pelo Ministério da Agricultura, as principais importações foram de produtos florestais (US$ 302 milhões), de cereais, farinhas e preparações (US$ 270 milhões), e de fibras e produtos têxteis (US$ 215 milhões). Em relação a maio do ano passado, as compras desses produtos cresceram 28,5%, 23,5% e 134,6%, respectivamente. Juntos, eles representaram cerca de 50% das importações brasileiras de produtos agropecuários. As compras de carnes (US$ 38 milhões) e lácteos (US$ 50 milhões) tiveram crescimento de 116,7% e 95,7%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil conseguiu comercializar com outras nações US$ 82,6 bilhões em produtos agropecuários nacionais. Os produtos mais exportados em maio foram soja (US$ 3,37 bilhões), com crescimento de 27% na comparação com maio do ano passado, e carnes (US$ 1,37 bilhões), aumento o volume de vendas em 14%. A quantidade de soja em grãos e carnes exportadas sofreu redução entre os dois períodos, mas o aumento significativo dos preços foi responsável pelo aumento da receita. Os países que mais aumentaram proporcionalmente suas importações de produtos do agronegócio brasileiro em maio de 2011, na comparação com o mesmo mês do ano passado, foram Tailândia (276%), Espanha (99%), Arábia Saudita (67%), Argélia (45 %), Japão (44 %) e Alemanha 41%.

 

Governo vai lançar Plano Agrícola e Pecuário

A presidenta da República, Dilma Rousseff, lançará o Plano Agrícola e Pecuário 2011/2012 no próximo dia 29, no Palácio do Planalto. O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, divulgou a data durante o nono levantamento de grãos da safra 2010/2011, com previsão de colheita de 161,5 milhões de toneladas. Já havia sido divulgado anteriormente o aumento de crédito para a agricultura empresarial de R$ 100 bilhões para R$ 107 bilhões. O lançamento seria feito na próxima semana, mas devido a compromissos da presidenta Dilma e à viagem de Rossi a Paris a data foi confirmada para o fim do mês. O ministro participa, na França, da reunião do G20 com ministros da Agricultura, quando serão abordados temas como a regulação do mercado de commodities agrícolas com o objetivo de diminuir os impactos de especulações sobre o setor.