Emissão de títulos para financiar trem-bala elevou a dívida pública

A emissão de R$ 5,25 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elevou a dívida pública em março. Segundo dados divulgados há pouco pelo Tesouro Nacional, o estoque da Dívida Pública Federal (DPF) aumentou 1,39%, passando de R$ 1,671 trilhão em fevereiro para R$ 1,695 trilhão no mês passado. A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 1,61% no período, passando de R$ 1,586 trilhão para R$ 1,611 trilhão. Os principais fatores que provocaram a alta foram a emissão, pelo Tesouro, de R$ 6,87 bilhões a mais em títulos do que resgatou e o reconhecimento de juros no valor de R$ 16,39 bilhões.

A ajuda ao BNDES foi o principal fator que impulsionou a emissão líquida de títulos públicos. Uma medida provisória editada no início do ano autorizou o Tesouro Nacional a emprestar R$ 22 bilhões para o banco financiar as obras do trem de alta velocidade (TAV) que vai interligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A DPF só não subiu mais porque a dívida pública externa caiu 2,63% no mês passado, de R$ 85,79 bilhões para R$ 83,53 bilhões. O principal fator foi a queda de 1,95% do dólar, no mês passado.

Pela primeira vez desde outubro de 2008, o Brasil voltou a ser credor interno em dólar. A parcela da dívida interna vinculada ao câmbio ficou negativa em 0,43% em março. Em fevereiro, o número tinha ficado negativo em 0,28%, mas o número só foi divulgado hoje. Isso ocorreu porque, desde o início do ano, o Banco Central voltou a comprar dólares no mercado futuro, em operações chamadas de swap cambial reverso. A participação dos títulos prefixados na dívida interna aumentou de 34,72% em fevereiro para 35,62% em março. A fatia dos títulos vinculados à taxa básica de juros (Selic) caiu de 35,99% para 35%. A participação dos títulos corrigidos pela inflação passou de 29,56% para 29,8%, praticamente estável.

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