Brasil poderá lançar títulos em reais no exterior para conter queda do dólar

Foto: jornal capital caxias_Valter Campanato-ABrO Brasil pretende lançar, em breve, títulos em reais no exterior. A informação é do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, a emissão em moeda nacional é importante para ajudar a conter a queda do dólar. “A emissão em reais atende aos investidores preocupados com o curto prazo que, ao comprar esses títulos [atrelados à moeda brasileira] no mercado internacional, não trazem dinheiro para o país e não pressionam o câmbio”, explicou Augustin. Segundo o secretário, a emissão em reais representa apenas uma das ações tomadas pelo governo para segurar a queda do dólar. “Não há ação única para o câmbio. Temos de atuar em várias frentes”, declarou. Ele acrescentou que a emissão em reais, mesmo com volume não significativo, atua sobre as expectativas dos investidores sobre o câmbio e os juros e pode se refletir em menor ingresso de capitais externos.

Diferentemente do lançamento de títulos em dólares no exterior, nas emissões em reais os compradores assumem o risco da variação da moeda, e não o governo. O secretário, no entanto, se recusou a informar quando ocorrerá a emissão. Apenas disse que será “no próximo período”, sem especificar se o lançamento será daqui a algumas semanas ou meses. A última emissão em reais no exterior ocorreu em outubro de 2010. Na ocasião, o Tesouro captou R$ 1,1 bilhão nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia por meio de papéis com vencimento em 2028. Os juros obtidos na emissão ficaram em 8,85% ao ano.

Ministérios terão de remanejar recursos

para liberar emendas parlamentares

Os ministérios terão de remanejar recursos para a liberação de emendas parlamentares que atendam a eventuais acordos entre o governo e o Congresso, disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, a equipe econômica não vai liberar recursos nem afrouxar o contingenciamento (bloqueio) de verbas. “O contingenciamento em vigor está expresso em valores globais e garante a execução do superávit primário [economia para pagar os juros da dívida pública] ao longo do ano”, declarou o secretário. “O Tesouro define um limite de gastos para cada pasta, mas não avalia a execução do orçamento dentro de cada ministério, que tem autonomia para definir onde vai aplicar o dinheiro”, completou.

Atualmente, pouco mais de R$ 55 bilhões da União estão contingenciados. O bloqueio de gastos é necessário para assegurar a execução da meta de superávit primário de R$ 96,973 bilhões para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central). O secretário negou que acordos como os que garantiram a aprovação da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) e da Lei Geral da Copa interfiram no esforço fiscal.

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