Deputado quer CPI para investigar aplicação de recursos do sistema S

Foto: AlerjDiante das denúncias de irregularidades no Serviço Social Comércio do Rio de Janeiro (Sesc-RJ), o deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ) já está articulando uma Comissão Parlamentar de Inquérito com deputados federais e senadores para investigar o uso de recursos das entidades do Sistema S - como Sesi, Senai, Sesc e Senac. Para Paulo Ramos, que também propõe uma investigação no âmbito do Legislativo estadual, é necessário intervir em todas as entidades que se propõem a qualificar a mão de obra por meio da arrecadação de contribuições obrigatórias e convênios com o governo federal.

- O discurso de qualificação de pessoal no Brasil tem servido para que se roube o dinheiro que serviria para qualificar a juventude. O que queremos é investigar se todo o sistema S tem cumprido com o que se propõe. A arrecadação de 2,5% da folha de pagamento das empresas vêm sendo feita. Mas o que é feito com o dinheiro é uma incógnita muitas vezes. Temos que impedir que se beneficiem os empresários com recursos muitas vezes provenientes do Ministério do Trabalho - afirmou. "A historinha de que precisa-se qualificar o brasileiro virou desculpa para assaltarem o governo", acusou Ramos.

Para o deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ), há uma grande falta de transparência que põe em xeque o trabalho realizado pelas entidades. O argumento de Miro vem num momento muito relevante para a discussão deste "imposto", já que o conselho fiscal do Serviço Social do Comércio (Sesc) detectou supostas irregularidades no emprego de nada menos que R$ 26.993.143,41. O repasse seria irregular, e teria sido promovido pelo então presidente da entidade no Rio, o empresário Orlando Diniz, segundo relatório do conselho. Diniz foi afastado na última semana, sob suspeita de ter favorecido a iniciativa privada.