CPI da Alerj quer acesso aos contratos de publicidade da Cedae e do Governo do Estado

A Comissão estabeleceu um prazo de 72 horas para o envio das informações

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou, na terça-feira (01/10), oitiva com a gerente de Comunicação da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Denise Ribeiro, e o subsecretário estadual de Comunicação Social, Igor Marques, para buscar esclarecimentos sobre contratos de publicidade firmados pelo governo e pela concessionária.

A reunião aconteceu no Edifício Lúcio Costa, sede do Parlamento Fluminense.

O colegiado solicitou ao Governo do Estado um relatório detalhado sobre a prestação de contas dos serviços realizados pelas agências de publicidade de 2021 a 2024. O documento deve incluir informações sobre os gastos com cada agência, as peças publicitárias produzidas nesse período e os repasses feitos a veículos de comunicação. Com relação à Cedae, a CPI quer que a empresa apresente uma relação de todos os eventos e projetos patrocinados pela companhia, acompanhada de um relatório sobre os impactos desses investimentos. Os parlamentares estabeleceram um prazo de 72 horas para o envio das informações à Comissão.

Durante a reunião, Igor Marques relatou que o seu setor recebe anualmente um investimento médio de R$ 156 milhões para publicidade. Ele explicou que esse trabalho é executado por quatro agências contratadas pelo governo: Nacional, Propeg, E3 e Nova. Marques também enfatizou seu compromisso em esclarecer quaisquer questões relacionadas ao tema. "Posso garantir que todos os processos publicitários são conduzidos com a máxima transparência nos portais do governo e estou à disposição para responder aos questionamentos da Casa Legislativa”, disse.

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Questionamentos à Cedae

Durante a oitiva com Denise Ribeiro, os parlamentares questionaram a dinâmica dos investimentos da companhia em patrocínios de grandes eventos. Um dos patrocínios destacados na reunião foi o aporte de R$ 4,5 milhões destinado a um camarote na Marquês de Sapucaí durante o Carnaval nos últimos dois anos.

O relator da CPI, deputado Rodrigo Amorim, abordou a necessidade de transparência na execução desses contratos. “É imprescindível que compreendamos as razões que levam a Cedae a realizar um investimento tão significativo. Precisamos esclarecer para a população quais os benefícios gerados através dessa ação”, pontuou, tendo sua fala referendada pelo deputado Filippe Poubel (PL), que é vice-presidente da Comissão.

Diante da indagação do parlamentar, Ribeiro esclareceu que o investimento é direcionado à publicidade e à promoção das atividades da companhia. "A visibilidade da marca Cedae é fundamental. O que investimos no camarote resultou em um retorno significativo em espaço publicitário, como a produção de documentários e anúncios em rádio e internet, que ajudam a divulgar nossos serviços à população", justificou.

O colegiado deliberou para uma próxima audiência o convite ao presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon e ao gestor de Governança Socioambiental da Cedae, Allan Borges, para busca de mais esclarecimentos sobre o assunto.

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