Indústria tem dificuldade em importar da China

Roupas devem ficar mais caras para o Natal

Quem planeja esperar o décimo terceiro salário para comprar roupas, o setor têxtil tem uma má notícia: a alta demanda somada à redução da importação de insumos da China resultaram na carência de matéria-prima para a indústria têxtil no país, o que vai elevar o preço das roupas pelo menos até o primeiro trimestre de 2021.

O país asiático, que é um dos principais fornecedores da indústria têxtil do Brasil desde 2009, não consegue mais exportar para o nosso país este ano devido à pandemia, o que resulta em um desabastecimento dos insumos necessários para a confecção de roupas. Paras se ter uma ideia da crise, a Marisol Malhas informou em um comunicado que suspendeu as vendas de todas as linhas de produtos até segunda ordem.

 

- Houve muita venda de algodão para a China, principalmente, para a fabricação de novos produtos, e faltou para a demanda nacional. Isso gera inflação, aumento dos preços e consequente dificuldade para as empresas fazerem reposição dos estoques - explica Claus Malamud, o Mr. China - especialista em importação com cerca de 20 anos de experiência no mercado chinês, e proprietário da Mr. China Imports, empresa especializada em facilitar o acesso ao comércio exterior.

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Queda no 1º semestre

A produção da indústria têxtil caiu 19,8% no primeiro semestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, sendo que o tombo no setor de vestuário foi de 36%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Os comerciantes não possuem margem para absorver todo esse impacto sozinhos. “Estamos negociando com a indústria todos os dias para que não haja esse repasse aos consumidores, mas também estamos com as margens muito apertadas. As pequenas empresas sofrem mais”, afirma Edmundo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Textil, Abvtex. O impacto vai ser sentido já nas compras de fim de ano, e se estende até a coleção outono/inverno de 2021. “Todo o mercado está discutindo essa questão. Até que toda a cadeia se reconecte, vai levar 45 dias. Tudo está atrelado à retomada do consumo”, diz Lima.

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