A cidade nos pertence

As cidades precisam ser devolvidas aos seus cidadãos. Este movimento de criar espaços de encontro fortalecido por eventos esportivos e culturais, tem tomado força nos últimos anos e pode se configurar numa saída para combater o mau humor que tomou conta do País. Hoje como cidadãos temos pouco espaço para nos encontrar e criar, debater os problemas do bairro, ajudar a promover as nossas vocações, conhecer iniciativas que dão certo. Quando olhamos em volta nos sentimos solitários, mesmo no meio da multidão.

No 3º Seminário Serrano de Economia Criativa, realizado nos últimos dias 30 e 31 de maio em Nova Friburgo, especialistas em festivais de cinema e em cidades criativas falaram sobre a revitalização de espaços urbanos abandonados, e a possibilidade de promover o reencontro entre as cidades e as pessoas com ações simples, como convidar grafiteiros e artistas de rua para intervir em locais degradados, criando novas funções para eles.

Falou-se muito nas vocações e na valorização da cultura local e das identidades. E neste ponto, é possível comparar identidades locais e produto. "Sem diferenciação do produto a luta no mercado passa a ser pelo preço. Tudo vira pãozinho", defende a designer Angela Carvalho.

Para atrair a atenção do público é preciso ser sexy. E pensar sobre o local onde vivemos e a possibilidade de outras pessoas o amarem tanto quanto nós é um ótimo desafio. O especialista holandês Evert Verhagen chamou atenção para isso em suas intervenções: "Nova Friburgo possui a possibilidade de criar um cluster, mas vocês tem que ser sexies. Precisam fazer eventos e colocar a cidade no mapa, comunicar isso. Problemas acontecem em todas os lugares. Mas é preciso usar a energia da urgência para criar algo para o futuro". Bom convite não só para Friburgo, não é mesmo?

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