Assassinato de Marielle: Anistia Internacional cobra conclusão

Foto: Jornal Capital Caxias_ ABr Fernando FrazãoApós dois meses dos assassinatos de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, a Anistia Internacional afirmou que, cada dia que se passa sem respostas sobre o caso, aumenta as dúvidas sobre a eficácia da investigação. Em nota publicada neste domingo (13), a diretora executiva da instituição no Brasil, Jurema Werneck, reforçou que as perguntas quem matou Marielle e Anderson e quem mandou matar não podem ficar sem respostas.

O comunicado traz também declarações da família de Marielle. A mãe da vereadora, Marinete Silva, agradece os esforços feitos até o momento na investigação, considerada séria, e destaca também a necessidade de continuar a cobrança por justiça. Segundo a nota, a irmã de Marielle, Anielle Silva, também reafirma o compromisso de lutar pelo esclarecimento do assassinato.

 

- Enquanto tivermos forças exigeremos Justiça, e o faremos nas ruas e nos espaços públicos. A minha irmã era da resistência e é assim que nós seremos até o fim – diz o documento. Na tarde desta segunda-feira (14), foi realizado um ato à tarde, nas escadarias da Câmara dos Vereadores. A manifestação foi organizada pelo PSOL, partido da vereadora, em lembrança dos 60 dias do assassinato. Uma faixa foi estendida para que os participantes escrevessem mensagens em memória de Marielle e Anderson.

 

RECONSTITUIÇÃO

A reconstituição dos assassinatos da vereadora e do motorista, pela Polícia Civil, durou cerca de cinco horas. A reprodução simulada do crime, que começou no final da noite do dia 10 só terminou depois das 4h da madrugada do dia seguinte. Durante a ação, a Delegacia de Homicídios tentou simular a ação criminosa, ocorrida na noite de 14 de março, inclusive com o disparo real de rajadas de submetralhadora.

A reconstituição envolveu também militares do Exército, que auxiliaram a polícia na preparação do terreno. As ruas do entorno do Estácio, onde ocorreu o crime, fecharam por volta das 20h de ontem e foram abertas às 5h30 de hoje. Toda a área foi cercada com lonas pretas para proteger as testemunhas do crime.

A simulação deve confirmar as investigações de que Marielle foi atingida por disparos de uma submetralhadora MP 5, de calibre 9 milímetros. De acordo com policiais, a DH investiga se a arma foi desviada de algum paiol pertencente a uma força de segurança no Estado do Rio de Janeiro. Submetralhadoras semelhantes são utilizadas pelas forças especiais das polícias Civil, Militar e Federal.

Já sobre munições - quatro atingiram a vereadora na cabeça - pertencem a um lote adquirido pela Polícia Federal, em 2006. As munições deste lote foram encontradas em locais de crimes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em confrontos envolvendo policiais e traficantes. (Agência Brasil)

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