Centrais sindicais e Fiesp criticam novo aumento da Selic

O novo aumento dos juros anunciado na noite do último dia 10 pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central foi criticado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf). Com o reajuste de 0,5 ponto percentual, a taxa básica de juros (Selic) ficou em 8,5% ao ano. “Esta medida é prejudicial para a economia, pois vai frear a expansão do crédito, o fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos, no momento em que a economia brasileira precisa de estímulos para aumentar o PIB [Produto Interno Bruto]”, disse o presidente da confederação, Carlos Cordeiro.

A Força Sindical também criticou o aumento da taxa Selic, ressaltando que a decisão do Copom prejudica a economia como um todo. “A decisão do Copom, de subir a taxa básica de juros, é nefasta para o setor produtivo e para a classe trabalhadora. Esta medida mostra claramente a opção da equipe econômica do atual governo, amparada por insensíveis tecnocratas, de continuar privilegiando os especuladores, deixando em segundo plano a produção e a geração de novos empregos”, declarou, em nota, o presidente da central sindical, Paulo Pereira da Silva.

Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), decisão do Copom deverá comprometer o crescimento econômico. “A medida levará a uma nova revisão para baixo nas expectativas de crescimento do PIB em 2013, que pode ficar abaixo de 2%”, diz o comunicado divulgado pela Fiesp.

Para Firjan, aumento era previsível

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) considerou previsível o aumento de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic) da economia, que passou no último dia 10 para 8,5% ao ano. Foi o terceiro reajuste consecutivo decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Em nota, a Firjan considerou a alta previsível pois, pela segunda vez no ano, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o teto da meta estabelecida. "Ao mesmo tempo, observa-se persistente deterioração das projeções de crescimento para a economia brasileira, especialmente após os frustrantes resultados do PIB [Produto Interno Bruto - a soma das riquezas produzidas no país] do primeiro trimestre e da produção industrial de maio".

Diante do quadro de inflação elevada e baixo crescimento, o Sistema Firjan reforça a importância da adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes e que efetivamente reduza a pressão exercida pelo consumo do governo sobre a inflação. "Essa política deve ser pautada por mudanças institucionais que sinalizem maior responsabilidade fiscal, incluindo o comprometimento com um superávit primário maior para os próximos anos, livre de artifícios contábeis, bem como o estabelecimento de limites para o crescimento das despesas públicas. De fato, o país precisa resgatar o compromisso com as metas fiscais e cumpri-las". (Agência Brasil)