Projeções do Ibre são de melhoria da economia ao longo do ano

As projeções no curto e no médio prazo para a economia do país são de melhoria. A avaliação é de Regis Bonelli, coordenador do seminário trimestral de Análise Conjuntural, promovido nesta segunda-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Ibre, segundo o pesquisador da Área de Economia Aplicada do instituto, está trabalhando com a perspectiva preliminar que o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) será melhor no segundo trimestre, oscilando entre 0,7% e 0,8%. Isso significa “uma boa aceleração em relação ao que aconteceu no primeiro [trimestre], e se mantido esse 0,8%, a gente chega no fim do ano com uma taxa da ordem de 2,5% de crescimento, que é mais ou menos o que os analistas estão projetando para este ano”.

Bonelli disse à Agência Brasil que os resultados do primeiro trimestre do PIB “jogaram uma ducha de água fria nas projeções nossas e de todo mundo”. Segundo ele, o crescimento de 0,6% do PIB nos três primeiros meses do ano ficou abaixo das expectativas do mercado, que oscilavam entre 0,9% e 1%. Do ponto de vista dos setores, segundo ele, o que frustrou foi o desempenho da indústria. Já no âmbito da demanda final, a frustração ficou por conta, em parte, do consumo das famílias, que tem sustentado o crescimento da demanda e que evoluiu pouco no período. Além disso, as exportações líquidas tiveram uma contribuição mais negativa do que o esperado.

No geral, o economista disse que enxerga um ambiente um pouco melhor em relação ao nível de atividade, mas “ainda morno” na comparação ao que se previa. Esse quadro, entretanto, apresenta riscos, destacou. Um deles diz respeito à inflação, que “teima” em ficar acima do teto da meta, o que deverá suceder neste mês de junho, com tendência de redução até o final do ano. “Mas, ainda assim, muito pressionada e muito acima do centro da meta, que é onde o Banco Central mira”.