Maternidade de Xerém poderá ser fechada definitivamente
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O vereador Marcelo do Seu Dino, que também faz parte da comissão, lembrou que a maternidade não realiza partos desde outubro último, quando foi interditada pela Vigilância Sanitária Estadual. “É uma coisa surreal, uma maternidade que não faz partos. Parece que a obra é reforma é cara e não vemos disposição para realizá-la”, comentou o vereador, ao constatar várias irregularidades, como a falta de água nos bebedouros, equipamentos abandonados ou quebrados e infiltração, entre outros problemas. O diretor administrativo da unidade, Paulo Roberto, que acompanhou a vistoria, informou que a maternidade efetivamente não tem condições de ser reativada “nas condições em que se encontram as instalações”. Segundo ele, somente depois de uma completa reforma, como exigiu o Estado, poderia voltar a realizar partos. Além de Serginho Samuquinha e Marcelo do Seu Dino, fizeram parte da inspeção na Maternidade de Xerém outros seis vereadores: Cláudio Thomaz, Marcos Tavares, Dr. Maurício, Moa, Osvaldo Lima e Thiago Barreto.
Procurada para falar sobre as denúncias, a Secretaria de Saúde, a Assessoria de Imprensa da Prefeitura informou, sobre o funcionamento da Maternidade de Xerém, foi recomendado pela Vigilância Sanitária Estadual a suspensão de partos, internações, e os serviços de hemoterapia. Não existindo, no entanto, proibição do funcionamento dos ambulatórios. Quanto a reforma na unidade, disse que foram feitas adequações na área do ambulatório e laboratório para atender às recomendações da Vigilância do Estado. “Como existe uma maternidade no terceiro distrito, não se justifica o investimento em outra unidade, ainda mais se tratando de unidade alugada, bastante antiga e em não conformidade com a RDC 50”. Em relação as visitas da Comissão de Vereadores, disse que não houve um comunicado prévio mas que eles são acompanhados pelos diretores das unidades.
“O atendimento era uma maravilha”
Maria de Fátima Bensdork, de 59 anos, acompanhava as duas filhas que fazem pré-netal na Maternidade de Xerém durante a visita surpresa da Comissão da Câmara. Ela disse que ainda não tem idéia de onde as mesmas farão os partos. “O atendimento aqui era uma maravilha, sempre atenderam bem e não precisávamos de ir para outro lugar”, lamentou a moradora de Jardim Primavera que ainda se recupera de uma cirurgia intestinal.
- Espero que a prefeitura reabra as cirurgias. Isso aqui não pode continuar desse jeito – torceu a doméstica. Ela fez questão de dizer que as bolsas de colostomia que necessita usar até a nova cirurgia, são obtidas apenas no centro do Rio. “Fiz de tudo e não consegui as bolsas em Caxias”, acrescentou.
Série de denúncias desencadeou as visitas
Segundo a vereadora Fatinha, “uma série de denúncias apresentadas pela população sobre a precariedade e o descaso no atendimento das unidades municipais de saúde” levou à criação da Comissão da Câmara, que começou seus trabalhos com uma visita surpresa na noite de terça-feira (26), no Hospital Municipal Moacyr do Carmo, “para constatar as condições dos serviços prestados”, segundo nota por ela distribuída à imprensa. “O Hospital Municipal Moacyr do Carmo, que é o maior centro de referência médica na cidade, é alvo das principais queixas”. Ali, segundo ela, os vereadores constataram a falta de médicos e medicamentos. “É preciso dar um basta nisso", desabafou a vereadora. No dia seguinte, a Comissão vistoriou o Hospital Municipal Infantil Ismélia da Silveira e informou ter encontrado também uma série de precariedades, como equipamentos sucateados, centro cirúrgico desativado por conta de infiltrações e aparelhos quebrados, extintores vazios e vencidos desde 2009, entre outras irregularidades.