Anac diz que preço de passagens aéreas caiu 43% entre 2002 e 2011

Foto: jornal capital caxias_ banco de imagensO preço médio da tarifa de passagens aéreas nacionais caiu 43% entre 2002 e 2011, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). No mesmo período, a procura por passagens cresceu quase 200%. Segundo Cristian Vieira, gerente de Análise e Estatísticas e Acompanhamento de Mercado da Anac, o aumento na demanda e a queda de preços devem-se, em larga medida, à mudança de atuação do Estado nesse mercado. Vieira diz que, até 2002, não existiam assentos por menos de R$ 100, enquanto em 2011 cerca de 16% das passagens aéreas foram comprados nessa faixa de preço e, nesse mesmo ano, 65% das passagens foram compradas por menos de R$ 300. Ele acrescenta que, com a desregulação de preços, 63% dos assentos comercializados em 2011 tiveram valor abaixo do mínimo de quando havia regulação máxima e mínima de preços.

 Segundo Vieira, hoje as empresas aéreas são livres para estipular o valor das tarifas cobradas, desde que não haja concorrência "predatória". Mas nem sempre foi assim. Antes de 1989, o Estado fixava os preços das passagens aéreas. Foi nesse ano que o Estado começou a estipular limites mínimo e máximo do valor das tarifas domésticas. Em 2001, houve a implantação da liberdade tarifária no transporte aéreo em viagens nacionais. Em 2004, depois de uma promoção de passagens por R$ 50, as empresas passaram a ter que registrar valores promocionais com no mínimo cinco dias de antecedência. Desde 2010 não existe a obrigatoriedade, as empresas precisam apenas registrar posteriormente os valores executados no mês.

Rafael Scherre, gerente de Regulação Econômica da Anac, diz que os resultados da desregulação de preços foram novas rotas e serviços, a queda dos preços e o aumento do número de passageiros. Marcelo Guaranys, diretor-presidente da Anac, avalia que hoje a população sofre “algumas dores do crescimento”, mas que o desafio é fazer com que a infraestrutura acompanhe o crescimento da demanda por viagens aéreas. Rogério Coimbra, secretário de Política Regulatória de Aviação Civil, diz que agora a atenção é para o consumidor. “Antes a preocupação era proteger as empresas” disse. Coimbra explica que hoje a regulação deve se voltar para a infraestrutura aeroportuária. Juliana Pereira, secretária Nacional do Consumidor, acredita que o crescimento deve ser olhado com cautela e que a atenção das empresas aéreas deve estar voltada para os consumidores que não tinham acesso a viagens de avião e agora têm.

Sindicato cobra da Gol prioridade de contratação para demitidos da Webjet

O Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) informou que vai dar orientação jurídica aos funcionários da sua base de atuação que serão demitidos da companhia aérea Webjet, no caso de dispensas que não cumprirem a convenção coletiva de trabalho da categoria. A categoria também quer prioridade da Gol Linhas Aéreas para a recontratação dos demitidos. De acordo com a presidenta do SNA, Selma Balbino, a entidade pediu um comprovante por escrito da Gol que garanta prioridade aos funcionários agora demitidos no caso de necessidade de futuras contratações.

Ainda segundo Selma Balbino, na base do sindicato, que abrange 23 unidades da Federação, serão demitidos 40 profissionais de operação, entre check in e balcão, e 40 mecânicos. O número de trabalhadores que atuam nesses dois setores é 510 e 150, respectivamente. No total, 850 funcionários serão demitidos. O fim das atividades da Webjet foi anunciado nesta sexta-feira pela Gol, que havia comprado a empresa em julho de 2011. A operação foi aprovada, no entanto, somente em 10 de outubro passado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

- Eu acredito que o maior número de demissões ocorrerá em São Paulo, onde ficava o hub [centro de conexão] da Webjet - disse Selma à Agência Brasil. O estado de São Paulo, assim como Pernambuco e Rio Grande do Sul, não integra a base do SNA. A dirigente sindical informou ainda que há 20 dias enviou uma carta à direção do Gol cobrando informações sobre o encerramento das atividades da Webjet e o cumprimento da convenção coletiva no caso de demissões. Somente nesta sexta-feira, segundo a entidade, recebeu do diretor de recursos humanos da Gol, Jean Carlos Alves Nogueira, a confirmação das demissões.

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