Analistas deixam de acreditar em novo corte na taxa básica de juros

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) não esperam mais por cortes na taxa básica de juros, a Selic, este ano. A informação consta do boletim Focus, publicação semanal do BC, elaborada com base em estimativas para os principais indicadores da economia. Até o boletim divulgado há duas semanas, a expectativa era que neste ano ainda seria feito um corte de 0,25 ponto percentual na Selic. No boletim divulgado no dia 24 pelo BC, a projeção é que a Selic permaneça no atual patamar, 7,5% ao ano. Para o final de 2013, as instituições financeiras mantiveram a projeção de 8,25% ao ano. Com a economia em ritmo mais lento, a taxa Selic, instrumento para calibrar os preços e influenciar a atividade econômica, tem sido reduzida desde agosto do ano passado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. Na ata da última reunião do Copom, entretanto, o colegiado informou que se vier a ocorrer novo corte na Selic será feito com “máxima parcimônia”.

No último dia 14, o BC adotou uma outra medida que também gera influências na economia - a redução de depósitos compulsórios (recursos que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC). A estimativa é que essa medida libere, nos próximos meses, em torno de R$ 30 bilhões do estoque atual de R$ 380 bilhões de depósitos compulsórios. Com mais dinheiro em circulação, a tendência é uma maior oferta de crédito na praça e uma melhor distribuição da liquidez no mercado interbancário.

EXPECTATIVA - Mesmo com a economia em ritmo mais lento, a expectativa é de alta dos preços. Na expectativa dos analistas, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar este ano em 5,35%, ante 5,26% previstos na semana passada. Essa foi a 11ª semana seguida de alta na projeção para 2012. Para o próximo ano, a estimativa permanece em 5,5%.

A pesquisa do BC aos analistas também traz estimativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), que segue em 4,37%, neste ano, e passou de 4,83% para 4,8%. A expectativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) foi ajustada de 8,51% para 8,7%, este ano, e de 5,11% para 5,32%. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a alteração foi de 8,36% para 8,47%, este ano, e de 5,24% para 5,26%, em 2013.