Avanço do emprego formal é irreversível, diz especialista

Impulsionado pelo aumento da escolaridade do brasileiro, o avanço no emprego formal desde 2002 é irreversível. Na avaliação dos autores de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), nem a atual desaceleração da economia, que tem reflexos na criação de empregos, é capaz de fazer a informalidade voltar a subir. Segundo Rodrigo Moura, um dos autores do estudo, a educação é justamente o fator que impede o retorno dos empregos precários, por causa da conscientização em relação aos direitos trabalhistas e previdenciários. “A população mais educada aceita menos o contrato informal. Essa tendência é observada para qualquer ano em que a taxa de informalidade cai”, explica.

Com direitos previdenciários e trabalhistas assegurados por lei, quem passa por um emprego com carteira assinada não quer voltar ao mercado informal. Em épocas de desaceleração da economia, como a atual, a geração de empregos formais está em queda. Segundo o Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho, 250,3 mil postos de trabalho formais foram criados no país nos cinco primeiros meses do ano, o nível mais baixo para o período desde 2009. Apesar de uma possível estagnação no mercado de trabalho, o professor da FGV acredita que não haverá reversão no processo de formalização da economia. “Mesmo que o nível de emprego se acomode, há um fluxo muito alto do trabalho informal para o formal. Quando uma vaga de emprego informal é destruída e uma vaga formal é criada, só ocorre uma mudança entre setores, o que deve continuar”, alega.

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