Títulos públicos deixam de ser vendidos com juros maiores que 10%

Os investidores que podiam comprar títulos públicos e obter rendimentos anuais de dois dígitos perderam essa oportunidade. A redução da taxa Selic para o menor nível da história fez os títulos públicos prefixados de longo prazo deixarem de ser vendidos com juros superiores a 10% ao ano. Pela primeira vez, nenhum papel oferecido pelo Tesouro Nacional rende mais que esse percentual. De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, títulos NTN-F com vencimento em 2023, que foram vendidos com juros de 10,80% ao ano no início de junho, foram leiloados com taxa de 9,66% ao ano neste mês. Atualmente, esses papéis pagam as maiores taxas entre os títulos oferecidos pelo Tesouro. “Quem comprava papéis esperando rendimentos de dois dígitos não pode mais fazê-lo”, disse.

Segundo Garrido, apesar da queda dos juros, os rendimentos continuam atrativos. “Se pensarmos em um rendimento em torno de 9,5% ao ano, com uma Selic de 8% ao ano e a maioria das aplicações em fundos de investimento rendendo próximo disso, a aplicação em títulos públicos segue atraente”, declarou.

Cada vez mais, os investidores estão migrando para títulos de prazo mais longos e corrigidos por outros indexadores. Os títulos prefixados têm os juros definidos no momento da emissão. O Tesouro sabe exatamente a taxa que vai pagar daqui a vários anos quando os papéis vencem. Em troca dessa previsibilidade, o governo paga juros um pouco maiores que a taxa Selic. A queda dos juros reflete dois fatores: o atual ciclo de redução dos juros básicos e a maior confiança dos investidores de que o governo brasileiro não dará calote.

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