Copom baixa Selic para 8% e sinaliza mais reduções

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic), de 8,5% para 8% ao ano, porque entendeu que no momento “permanecem limitados os riscos para a trajetória de inflação”. Além disso, o colegiado de diretores do BC considera que a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária, em razão da fragilidade da economia global.

O diagnóstico faz parte da nota que o Copom divulgou logo após o término da quinta reunião deste ano para definir os rumos da política monetária, e acrescenta que em virtude da ausência de pressões inflacionária decidiu, por unanimidade, prosseguir o processo de ajuste das condições monetárias. Com isso, deixa em aberto a possibilidade de novas reduções nas reuniões futuras. A taxa de 8% é a mais baixa da história do Copom, criado em 1996, e vale para os próximos 45 dias, uma vez que a decisão foi "sem viés". Significa dizer que a taxa básica de juros não poderá mudar até a próxima reunião do Comitê, agendada para os dias 28 e 29 de agosto.

           A decisão era esperada pela maioria dos analistas financeiros que todas as semanas são consultados pela pesquisa boletim Focus do BC. Alguns torciam, inclusive, por uma redução mais ousada, para 7,75%, por entenderem que o cenário atual, de inflação em queda e atividade econômica fraca, cria condições favoráveis para o BC afrouxar, tanto quanto possível, a política monetária.

A taxa Selic caiu 4,5 pontos percentuais nas oito reuniões que o Copom realizou do final de agosto de 2011 até hoje, o que resulta em uma queda de 36%. Essa redução, porém, não foi acompanhada na mesma proporção pelo sistema financeiro nacional (SFN), em que pese a determinação governamental, no último mês de abril, para que os bancos oficiais baixassem seus juros como forma de estimular os bancos privadas a fazerem o mesmo.