Mazinho reafirma que em sua gestão passagem custará R$ 1

Foto: divulgação

Devido à repercussão que provocou a entrevista que concedeu ao Capital, publicada dia 20 dezembro último, na qual anunciou que caso seja eleito prefeito de Duque de Caxias vai fixar a passagem em apenas R$ 1, o presidente da Câmara Dalmar Lírio Mazinho reafirmou sua proposta e disse que ela “é viável”. Para ele, o principal é ter “vontade política” e copiar de onde ela já existe. “Angra dos Reis, Cabo Frio, Campos, Paraty e Piraí são algumas das cidades que já implantaram as passagens a R$ 1. É um programa de mobilidade urbana, através do qual os usuários residentes na cidade se cadastram e recebem um cartão. O município subsidia o restante, como acontece nos restaurantes populares, onde a comida é R$ 1 e o Estado paga a diferença”, assinalou o vereador, afirmando que sua assessoria pesquisou o assunto em todo o território nacional. “Isso é uma forma de distribuição de renda”, completou.

 

- A medida não prejudica ninguém, muito menos os empresários do setor, que receberão a diferença do Poder Público. O que nós queremos é que a população tenha um atendimento descente e que as empresas cumpram seus horários e ofereçam um serviço de alta qualidade - disse o vereador. Segundo Mazinho, o prazo para implantação é relativamente curto, cerca de seis meses. “Primeiro se faz o estudo para levantar os preços das tarifas, através de uma entidade competente, como, por exemplo, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Gradução e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ.

 

            Com relação ao abaixo assinado com 25 mil assinaturas de usuários entregue ao prefeito, contra os aumentos e defendendo mais qualidade do serviço, Mazinho disse que “é uma prerrogativa nossa fazer uma audiência pública sobre as passagens de ônibus, ouvir a população, como já estamos fazendo sobre vários assuntos, como segurança pública, por exemplo. A Câmara se tornou um poder independente, que vem dialogando com a população. Vamos fazer isso também com o transporte público, chamando os empresários e a Prefeitura.

 

Sobre a notícia de que teria recebido ameaça por defender passagens mais baratas e um serviço de mais qualidade, Mazinho afirmou: “Um rapaz disse no Facebook para eu comprar um AK para me defender porque os empresários poderiam fazer alguma coisa contra mim. Historicamente temos que ter algum cuidado. É claro que agora mexendo nesses tabus, nesses assuntos polêmicos, o meu nome vai ficar mais em evidência, as pessoas vão começar a jogar pedras em mim, inventar denúncias contra mim. Estou preparado. Já deixei claro que não sou contra as empresas de ônibus, contra os empresários, até porque também sou um deles e crio empregos na nossa cidade. Essas pessoas geram recursos para a cidade. Porém, não podemos esquecer do povo mais sofrido, o povo trabalhador que também contribui para construir essa riqueza”. 


 

Vereadores questionam informações oficiais

 

Para justificar o reajuste das tarifas, a prefeitura divulgou nota no último dia 9, informando que o aumento que passou a vigorar em Duque de Caxias a partir do dia 8, “é automático e autorizado pela Câmara Municipal para todo o início de ano”. A nota provocou polêmica no Legislativo e acabou gerando uma outra, distribuída na tarde de quinta-feira (12) pela Secretaria de Comuncação. Ela acrescenta que não houve aumento e sim “correção do IPCA do IPCA-Índice de Preço ao Consumidor Amplo, que foi de 6,64%, com base na inflação”.

 

Ao tomar conhecimento da primeira nota, o vereador Evangivaldo Santos Soares, o Grande, questionou seu conteúdo. “Eu repudio a informação da Prefeitura. Quem deu essa informação é totalmente desinformado e irresponsável, pois só o prefeito pode dar esse aumento, e através de decreto”, disse o parlamentar. O presidente Mazinho também se pronunciou sobre o assunto, dizendo que o aumento não teve o aval da Câmara, ao contrário do que foi divulgado. “Isso não é prerrogativa do Poder Legislativo. Isso já foi desmentido em alguns blogs e outros veículos. A Prefeitura inclusive reconheceu o erro”, frisou. “O que deveria ser feito é uma planilha de custos para definir esse aumento. Como a prefeitura não faz essa planilha, ela acompanha o aumento do Rio de Janeiro. É uma maneira cômoda, foi sempre assim e isso tem que acabar”, concluiu.