Rio de Janeiro é o estado da federação que mais perdeu empregos no último ano

Dados foram apresentados pelo diretor-presidente da Assessoria Fiscal da Alerj, Mauro Osório

O diretor-presidente da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Mauro Osorio, fechou o ciclo de debates, realizado pela Comissão de Trabalho da Casa, sobre a situação econômica do Estado, na quinta-feira (17/6).

Ele informou que no ano passado o Rio foi o estado que mais perdeu empregos no país, enquanto Santa Catarina foi o que mais gerou novos postos. "Precisamos mirar na economia de localidades que estão dando certo. Santa Catarina é o estado brasileiro mais industrializado no sul e sudeste do Brasil, tendo uma indústria integrada, principalmente, com a agricultura. É isso que precisamos implementar no nosso estado", afirmou.

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Osório destacou que o estado catarinense investe fortemente em atividades acadêmicas e que o Rio, apesar de ter renomadas instituições, não destina recursos suficientes para esse setor. "Temos força para crescer na área da saúde, com o setor de fármacos, por exemplo. Temos centros de pesquisa como a Fiocruz para isso, mas precisamos injetar mais recursos internamente. A Petrobras, por exemplo, é a maior empresa instalada no estado, no entanto, 80% da sua produção está fora do Rio. Precisamos pensar em como integrar as políticas de emprego com a industrialização", disse.

A racionalização dos incentivos fiscais também foi um ponto levantado pelo economista na reunião. Para ele, o Rio precisa ser mais assertivo ao conceder benefícios. "Temos 300 tipos de incentivos fiscais no Rio atualmente, segundo dados da Fazenda. Não vou entrar no mérito da importância deles, mas é um fato que precisamos diminuir quando for possível", garantiu.

Osório também informou que a Assessoria Fiscal, junto com a Comissão de Tributação da Casa, vem conversando com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para criar uma Matriz Insumo Produto - que é um instrumento com base na análise microeconômica e da contabilidade social que permite conhecer os fluxos de bens e serviços do estado. "Dessa forma, vamos entender onde devemos investir nossa energia e recursos para crescer. Precisamos trabalhar de forma sistêmica", frisou.

Segundo Osório, também é necessária uma agenda de políticas públicas que integre o Plano Plurianual (PPA) com as leis orgânicas dos municípios. "Sem isso não vamos conseguir avançar a longo prazo. Os municípios precisam estar alinhados com o plano de Governo estadual, precisamos pensar de forma uníssona", pontuou. Em curto prazo, Osório disse que a Alerj e o Executivo precisam exigir da União a realização de pesquisas estatísticas, como dados do IBGE. "A informação é imprescindível e já estamos há um ano sem ela. O Governo Federal não pode continuar com essa prática e o estado também precisa investir em institutos de estatística", apontou o economista.

A comissão marcará uma nova reunião para debater com representantes do Governo uma agenda de políticas públicas, com enfoque nos dados apresentados pela Assessoria Fiscal.