Washington Reis, prefeito de Caxias, vira réu por corrupção

Segundo o Ministério Público, Reis e um advogado teriam pago R$ 150 mil para fraudar escrituras de imóveis

Washington Reis Reprodução Rede Social

O prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis, virou réu na justiça por corrupção passiva em investigação sobre fraudes imobiliárias. Fato teria acontecido em cartório de Nova Iguaçu.

 

Segundo a denúncia da promotora Elisa Pittaro, do MP de Nova Iguaçú, o então deputado federal Washington Reis e o advogado Elói de Oliveira prometeram pagamento de R$ 500 mil para o tabelião Josemar Francisco elaborar escrituras fraudulentas de compra e venda de lotes rurais pertencentes a outras pessoas.

De acordo com a denúncia, Elói de Oliveira pretendia registrar os imóveis em seu nome “e em nome da empresa “Olimpus Emprendimentos Imobiliários LTDA”, cujo sócio é o denunciado Washington Reis”.Ainda segundo a denúncia, em 30 de junho de 2014, Josemar Francisco teria aceitado R$ 150 mil para "dar início ao serviço criminoso acordado". "É importante narrar que os denunciados não eram legítimos proprietários ou 

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possuidores dos lotes levados ao 5º Ofício de Notas. Esses imóveis pertenciam a pessoas humildes que foram enganadas pelos denunciados, ou simplesmente tiveram suas terras tomadas pela ação de grileiros, contando com o suporte político e intimidatório do denunciado Washington Reis, ex-Deputado Federal e atual Prefeito do município de Duque de Caxias", escreve a promotora de Nova Iguaçú.

Outros crimes cometidos em fraudes imobiliárias semelhantes seguem sendo investigados pelo Ministério Público. Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público em fevereiro de 2019, prendeu 15 pessoas em municípios da Baixada Fluminense e na capital. Foi a segunda fase da Operação Lázaro que, em 2017, prendeu 22 pessoas suspeitas de fraudes em cartórios, também na Baixada Fluminense.

Além do prefeito, o advogado Elói Oliveira e o tabelião do 5º Ofício de Notas de Nova Iguaçu, Josemar Francisco, também se tornaram réus, O tabelião por corrupção ativa e o advogado por corrupção passiva.

O tabelião Josemar, alega que não combinou a elaboração de escrituras imobiliárias falsas, e que Washington Reis e Elói de Oliveira teriam depositado a quantia em sua conta por "razões que desconhece". O Juízo da 1ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias, que recebeu a denúncia, determinou o bloqueio de valores até R$ 150 mil das contas do tabelião.

DEPOIS DE MORTA

Na denuncia do MP a promotora Elisa Pittaro explica que o grupo possuía uma procuração “assinada” por pessoa falecida. “Insta salientar que a maioria dos imóveis que deveriam ser “regularizados” pelos denunciados pertenciam a Sra. Lin Liu Yin, falecida em 31/01/2010, sendo certo que mesmo após a sua morte, a falecida teria assinado uma procuração para terceira pessoa, fato que por si só demonstra de forma inconteste que seria impossível promover a referida “regularização” acordada entre os denunciados”, diz a denúncia.

JUSTIÇA

Na 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias já existe o processo nº 0000745-14.2020.8.19.0021 onde a Juíza Titula, Dra Alessandra da Rocha Lima Roidis recebe a denúncia, “não sendo caso de rejeição liminar, RECEBO A DENÚNCIA em face de WASHINGTON REIS DE OLIVEIRA e ELOI DE OLIVEIRA PINTO, ambos incursos nas penas do artigo 317, § 1º, do Código Penal, além de JOSEMAR FRANCISCO, incurso nas penas do artigo 333, § único, também do Código Penal”, e determina o bloqueio do valor citado pelo MP, “Diante do exposto, DEFIRO o BLOQUEIO cautelar de todos os ativos mantidos em instituições financeiras, ações e títulos de propriedade de JOSEMAR FRANCISCO até o montante de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).”

Procurada, a prefeitura, através da secretaria de comunicação, não respondeu os questionamentos.

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