PDT aguarda a volta de Zito, que defende a educação e os jovens como prioridade

Zito 1Prefeito por três vezes, Zito que foi também vereador e deputado estadual, deverá retornar ao PDT, agremiação fundada por Leonel Brizola e que tem a educação como sua principal base programática. A notícia de sua volta ao Partido ganhou espaço nas redes sociais nos últimos dias, porém sem a manifestação pública do ex prefeito, que fala pela primeira vez sobre o assunto ao Capital.

 

Pernambucano de nascimento e caxiense desde pequeno, Zito, hoje com 66 anos, é filiado ao PP. Conquistou o primeiro mandato político em 1988, ao eleger-se vereador pelo PTR. Foi reeleito em 1992 dessa vez pelo PSB, e entre 1993 e 1994 foi presidente da Câmara. O primeiro mandato de deputado estadual veio em 1994, pelo PSDB, e em 1996, elegeu-se prefeito, sendo reeleito em 2000.

Em 2006 foi eleito deputado estadual, e em 2008 conquistou o terceiro mandato de prefeito, com 53,34% dos votos válidos, derrotando Washington Reis. Entre 2007 e 2010 presidiu o PSDB do Rio de Janeiro.  Em 2014, foi eleito para um novo mandato na Assembleia Legislativa. Em seu primeiro mandato de prefeito, Zito chegou a conquistar cerca de 90% de aprovação, sendo considerado então o “melhor prefeito” do Brasil.

NOVOS RUMOS

Ao ser perguntado se a decisão de ingressar em um novo partido já estava tomada, Zito respondeu: “Eu tenho um partido, sou do Partido Progressista. Tenho respeito e gratidão muito grande ao Dornelles, mas eu entendo que os convites que estão sendo feitos a mim são satisfatórios, principalmente quando se diz respeito ao PDT, por eu já ter passado por lá, e é um partido que tem um líder histórico que eu acho que jamais será alcançado por alguém, chamado Leonel de Moura Brizola. Então, tenho que ter uma conversa com Dornelles, por uma questão de respeito e, logo assim que for resolvido, eu tomarei, assim espero, novos rumos, voltando à sigla por onde eu passei, que é o PDT”. Sobre o período em que esteve no PDT, Zito afirmou: “Muito bom, por esse motivo fui bem recebido na intenção de retornar, porque nunca deixo a porta fechada. Por isso mesmo não me decidi ainda a retornar, porque tenho que demonstrar meu respeito e minha gratidão ao Dornelles.

MANDATOS

Sobre sua passagem pela prefeitura, o Capital perguntou: O senhor conquistou o título de “Melhor Prefeito do País” em seu primeiro mandato, sendo reeleito e deixando a prefeitura com boa avaliação. No terceiro mandato, houve a polêmica do lixo no final da gestão, fato bastante explorado pelos adversários. Nos dias de hoje, o que o eleitor deve esperar do Zito em um possível quarto mandato?

- Até hoje usam isso, não tem uma outra acusação, a cidade se transformou e cresceu nas nossas gestões. Até hoje nós temos saudade dos três mandatos, a população tem saudade de como nós governávamos a cidade, principalmente no campo da educação, que sempre foi a nossa prioridade. Posso dizer que ela [educação] ainda é e será prioridade no nosso retorno, porque até agora não teve um mandatário - eu saí e já tivemos dois, um passou e o outro está passando – que trouxesse a escola em tempo integral, que sempre foi uma das bandeiras de Leonel Brizola e um sonho de Zito também em Duque de Caxias. Deixei algumas escolas construídas, concluíram as obras, mas infelizmente não funcionam como escola tempo integral - comentou o ex prefeito, que acrescentou:

- A população de Duque de Caxias verá um Zito mais moderno, diferente, com mais valores ainda, que vai retomar a Calçada da Cidadania, que quer trazer o Metrô para Duque de Caxias, o BRT, trazer as barcas de verdade, não esta conversa fiada que tem por aí, enfim, trazer modernidade para a nossa cidade.

Ao ser perguntado se ainda tem “sonhos”, Zito respondeu: “Sim, voltar a ver os professores com seus salários em dia e bem remunerados. Escolas profissionalizantes dando mais oportunidades aos jovens para que eles não morram. Ao invés de construir cemitério para enterrar mais jovens, vamos investir no seu futuro”, disparou.

Sobre a inelegibilidade nas últimas eleições, Zito explicou. “Em 2011 tive as contas prejudicadas, foram analisadas na Câmara e reprovadas. Eu busquei em Brasília, fui candidato a deputado e venci as eleições, conquistando meu mandato de quatro anos. Depois eu fui também candidato a prefeito, perdi as eleições e agora na reeleição o Ministério Público pediu a anulação do meu nome e até o momento não sei quantos votos tive. Ficou uma coisa muito difícil de compreender. Eu ganhei no Tribunal Superior, fui candidato, tive meu mandato, fui candidato a prefeito e depois, na minha reeleição, meu nome foi impugnado. Mas a vida segue. Oito anos se passaram, 2019 termina e em 2020 estou pronto para ser candidato a prefeito novamente. Se Deus assim permitir”.

REALIDADE

Sobre o momento político, ele se manifestou: “Conseguiram vencer o Zito naquele momento com o golpe do lixo. Eu sabia que queriam muito tirar o Zito, mas não imaginava que fossem capazes de fazer qualquer coisa. O prefeito que está aí só não esperava, naquela eleição, acabar perdendo para o Alexandre. O tempo passou, eu também só fui ter certeza disso depois que eu voltei a ser deputado e ouvi de diversas pessoas, entre elas o Carlos Minc, que era da Secretaria de Meio Ambiente. O Prefeito Eduardo Paes confessou ter sido quem fechou o aterro do Jardim Gramacho. Eles não tinham como ganhar uma eleição minha”, e completou, “e eu assumi uma cidade totalmente endividada, deixada pelo Washington, com os royalties comprometidos, com as finanças completamente acabadas”.

Zito continua: “Imagino que isso tudo fez parte de um jogo para que as pessoas esquecessem o Zito, para que escolhessem outro candidato. Eu entendo que hoje é o momento de reflexão, nós estamos com o município que não avançou, pelo contrário, regrediu, e muito. Hoje o funcionalismo não recebe em dia, não é valorizado, os professores estão desestimulados e sofrem ataques. Duque de Caxias é uma cidade que hoje a gente não vê desenvolvimento, não vê progresso, não tem geração de emprego. Se nós pararmos para fazermos uma análise desses dois mandados aí, a única grande empresa que veio para Duque de Caxias foi a Coca-Cola, que começou pelo Alexandre e foi entregue no atual governo, e mais nada. As empresas não enxergam mais Duque de Caxias como um município de futuro. Precisamos avançar muito, é tempo de criar novos caminhos, darmos uma ajeitada na cidade, temos que trazer de novo a vontade da pessoa bater no peito e gritar: Eu moro em Duque de Caxias, na cidade que eu amo, onde eu quero criar os meus filhos.”.

Respondendo à pergunta de como vê o fato de, depois dos seus dois primeiros mandatos, nenhum prefeito conseguiu se reeleger, Zito concluiu: A questão é que falta, por parte desses prefeitos, o respeito para com a população, falta diálogo. Falta mesmo, de verdade, amar o povo ao invés de só se preocupar consigo mesmo”.