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Audiência na Câmara de Caxias debate implantação de uma central de abastecimento na cidade

Polêmica, a obra havia sido anunciada pelo prefeito como “novo CEASA” e depois mudou o nome após desmentido do presidente da empresa estadual

Audiencia na camara Prefeitura quer construir ok IMG 20170925 170614087 Jornal Capital Marcelo Cunha

A Câmara de Duque de Caxias foi palco de uma audiência pública na manhã desta segunda-feira (5), que apresentou à sociedade o Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) da Prefeitura sobre a implantação da Central de Abastecimento do Rio de Janeiro (CEARJ).

O projeto da Prefeitura, que gerou grande polêmica dentro e fora da cidade, deve ser viabilizado por meio da iniciativa privada em terreno localizado às margens da Rodovia Washington Luiz, entre os bairros Jardim Gramacho e Campos Elíseos. A iniciativa tem custo estimado de R$ 750 milhões. O local possui sítios arqueológicos que poderão ser perdidos caso a obra se materialize.

            Em setembro do ano passado, o Capital publicou reportagem sobre o assunto, informando que o plano do prefeito Washington Reis (MDB) era transferir a empresa Ceasa (Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro) do Rio de Janeiro, para Duque de Caxias. A iniciativa, porém, foi desmentida categoricamente no site da empresa pelo seu diretor-presidente, Aguinaldo Balon, em comunicado feito aos “permissionários, produtores, unidades do interior, imprensa e todos os interessados".

A Ceasa é uma empresa vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca. Portanto, fora da alçada de um gestor municipal. Com a resposta do diretor, o prefeito foi obrigado a mudar seu discurso, desistindo da “marca” Ceasa e passando a mencionar “Cearj”.

A AUDIÊNCIA 

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Abrindo a audiência, o presidente da Câmara, vereador Sandro Lelis (PSL), parabenizou a iniciativa do prefeito. “É um projeto ousado e importante para o crescimento da nossa Cidade”. Sobre o terreno do futuro empreendimento, o deputado federal Áureo esclareceu: “Conseguimos a liberação da área junto ao governo federal e ao INCRA, é uma alegria ver sair do papel esse projeto que vai mudar a vida das pessoas que moram na Cidade, pois já chega gerando emprego e renda”. O deputado estadual Rosenverg Reis afirmou que Duque de Caxias vai ganhar o que há de mais moderno. “A CEARJ será modelo para todo o Brasil e também para a América do Sul, porque vem com uma modelagem nova. A atual Central de Abastecimento, localizada em Irajá, está defasada tanto em segurança pessoal quanto estrutural, muitos acidentes ocorrem ali”.

CUSTO

Orçado em R$ 990 milhões (no ano passado o valor anunciado era de R$ 750 milhões), o projeto está aberto para receber sugestões de melhorias e a primeira intervenção foi do vereador Chiquinho Grandão (PP). “Temos algumas preocupações e essas devem ser discutidas, como a mobilidade urbana. Se é para investir alto, porque não gastar mais R$ 10 milhões e incluir no projeto a construção da estação de trem do bairro São Bento? Seria uma forma de atender a demanda da região através da iniciativa privada, pois conseguir isso com o governo do Estado será muito difícil. A segunda questão é pensar no escoame

nto das águas das chuvas, é preciso que a Secretaria de Obras trabalhe a prevenção de enchentes junto com a empresa que ganhar a licitação”.

O vereador Arthur Monteiro (Avante) também fez uma sugestão. “É um projeto inovador que vai alavancar a economia com a geração de empregos e arrecadação de ISS, quero registrar o pedido de uma estação aduaneira na nossa Cidade”. Seguindo as propostas para contribuição ao projeto, o vereador Junior Uios (PT) fez um pedido es

pecial ao prefeito. “Peço que dentro desse complexo possamos trabalhar a questão da inclusão para que todas as pessoas tenham acesso ao empreendimento”.

A vereadora Deise do Seu Dino (PTC) sugeriu uma compensação ambiental. “Existe aqui uma indicação para construção de uma estação de trem no bairro Cidade dos Meninos, que poderia ser contemplada com a compensação ambiental desse projeto”.

MEIO AMBIENTE

 

A questão do meio ambiente foi levantada pela população durante a plenária. “Acredito que seja um projeto moderno, mas a questão é o local escolhido. O Campo do Bomba tem sítios arqueológicos, patrimônios ameaçados por essa obra, por isso pedimos que reconsiderem o local”, disse Marluce Santos.

- Precisamos de estudos formais para analisar a viabilidade da área - concordou Solange Bergami, indicando que haja contrapartida social englobada no projeto. “Precisamos de um equipamento de segurança alimentar. Nossa proposta é construir um banco de alimentos junto ao complexo”, afirmou.

- Queremos um projeto responsável, com custo-benefício para a sociedade. Qual é o custo de se construir um empreendimento em cima de um sítio arqueológico? O MPF orientou que a área retorne para a APA São Bento - alertou Elenita Bezerra.

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