ANP quer usar royalties para reduzir impacto da alta do petróleo

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP), Décio Oddone, sugeriu sexta-feira (28) que os royalties e as participações governamentais sejam utilizados para minimizar os impactos dos aumentos do valor do barril de petróleo no mercado externo no preço dos combustíveis no Brasil. Hoje, o barril está acima dos US$ 80 no exterior. Em entrevista no Hotel Hyatt, na Barra da Tijuca, Oddone admitiu que a proposta está em discussão e já foi encaminhada ao Ministério da Fazenda. “A ANP discute e já sugeriu a utilização dos royalties e participações governamentais como um colchão que neutralize os impactos dos sucessivos aumentos do preço do petróleo [no preço dos combustíveis]”, disse.

Sobre a proposta, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Felix, disse que, embora a desconheça, ressalta ser difícil criar o colchão quando o valor do barril está em alta e afirmou que a negociação deve ficar para o próximo governo. No entanto, disse que a negociação deve ocorrer somente no próximo governo. “É uma possibilidade que foi discutida durante a greve dos caminhoneiros, de como ter um colchão, só que o nível de preços do petróleo hoje tá muito alto, voltando a um patamar de US$ 80 e poucos dólares o barril”.  

Em relação ao subsídio ao diesel, o diretor-geral da ANP considera alarmista a preocupação das distribuidoras de uma eventual corrida aos postos de combustíveis no final do ano por causa do fim do subsídio. Oddone disse ser contrário à subvenção e controle nos preços dos combustíveis. Ele adiantou que a recomendação da ANP é a liberação dos preços, a longo prazo, para estimular a competição de mercado. (Agência Brasil)