“Mais de 90% dos brasileiros pagam a metade do que ganha em impostos”

Alexandre Cardoso defende profunda Reforma Tributária

Não pode uma pessoa pagar Marcelo Cunha

Depois de quase um ano de estudo para escrever o livro “Sua Cidade, Sua Casa”, no qual defende iniciativas para melhorar a situação econômica dos municípios, Alexandre Cardoso concluiu que “a recuperação dos municípios e a geração de empregos está diretamente ligada a uma profunda reforma tributária”.

 

- Não podemos viver num país em que 90% da população gasta a metade do que ganha para pagar impostos. O comércio vai falir e as indústrias não terão para quem vender. Precisamos ter coragem de colocar essa questão em debate - afirmou o autor ao Capital.

           

 

 

Não pode uma pessoa pagar Marcelo Cunha Imagem

 - O problema grave está no imposto sobre o consumo. Eu acho que tem que tributar a circulação do dinheiro. Você não tem que tributar o consumo. Por exemplo: No Brasil, o cara que ganha R$ 4.000 não guarda dinheiro. Ele precisa gastar tudo e paga 49,7% de imposto, ou seja, R$ 2.000. Nos Estados Unidos, a taxação é de apenas 17%. Já o que ganha R$ 1 milhão, quando muito, gasta R$ 200 mil por mês, pagando 49,7 % de impostos apenas sobre esse valor. De renda paga apenas 21% - explicou Alexandre.

 

 

 

“Não pode uma pessoa pagar

metade do que ganha de imposto.

Ninguém suporta isso,

é necessário esse debate”

defendeu Alexandre Cardoso.

 

DEBATES

            Alexandre enfatizou também a necessidade de discutir a criação de programas de recuperação dos institutos de previdência dos municípios e, na área de segurança, a diferenciação das Forças Armadas e as polícias estaduais.

Não pode uma pessoa pagar Marcelo Cunha Gráfico- Falo como prefeito que concluiu o mandato em 2016 e todos os outros gestores que deixaram o cargo com dificuldade. Os anos de 2015 e 2016 tiveram as piores arrecadações da história do Brasil, mas eu fiz diferente. Não me omiti, eu fui estudar, escrevi um livro, pesquisei, trabalhei mais de um ano pesquisando o assunto e acho que tem temas que devem ser tratados nacionalmente. Primeiro, nós temos que recuperar a capacidade do município em investir, de promover o desenvolvimento econômico. Temos que discutir os repasses de recursos aos municípios. Discutir o que é imposto sobre consumo e imposto sobre renda – explicou o ex-prefeito de Duque de Caxias.

Alexandre Cardoso diz que quer levar esses assuntos a uma grande discussão, um debate nacional. “Vamos debater a questão tributária nacional, uma nova forma de financiamento e na questão da segurança utilizar o modelo americano de diminuição da Carga Tributária do policial militar, civil e das Forças Armadas. Então se você não pode aumentar o salário de uma pessoa, não é justo que um soldado que ganha R$ 3.500 e pague R$ 1.750 de impostos. Lógico, também temos médicos e professores, mas temos uma emergência que é a vida do policial. Então nós temos que estudar isso”, enfatizou.

- Eu não sei se sou candidato a deputado, a senador ou se não sou candidato a nada. O que eu posso dizer é que eu tenho me dedicado a estudar e recomendo o meu livro para as pessoas entenderem e conhecerem um pouco mais de gestão municipal. Os municípios estão com muita dificuldade. Em Caxias fizemos uma gestão moderna, realizando concurso para fiscal, um georreferenciamento e obras em cada canto da cidade. Quando decidi não ser candidato à reeleição foi para não ir para rua e deixar uma montanha de lixo para todo mundo, primeiro porque eu não fazia campanha de ódio, chamando o outro de ladrão. Então quando a gente quer fazer um debate, queremos chamar as pessoas para a necessidade de melhorarmos, de nos modernizarmos. E nisso tenho alguma coisa para contribuir – assinalou.

SERVIDORES

            O ex-prefeito lembrou que “nunca deixei de dar o reajuste da inflação para os servidores e aposentados. Quando você não dá o reajuste, está pagando a menos para o servidor o equivalente a uma folha por ano. Isso porque um reajuste da inflação de 6%, se a folha é de R$ 80 milhões, são R$ 5 milhões por mês que você tirou do servidor. Aí multiplica por 13, chega a R$ 65 milhões. Quando você não dá o reajuste por dois anos seguidos, você tá pagando duas folhas com dinheiro do próprio funcionário. Eu deixei um conjunto de duas folhas e meia para serem pagas, não deixei mais do que isso. Quem tinha salário mais alto ficou com três folhas, mas teve gente que recebeu todos os salários – lembrou.