Defesa pede transferência de Cabral para Benfica

A defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) oficializou o pedido para que ele seja transferido de Bangu 8, onde está atualmente, para o presídio da Lava Jato no Rio, em Benfica. De acordo com o advogado Rodrigo Roca, que defende o emedebista, o presídio de Bangu pode representar uma ameaça. "[Cabral] terá a sua integridade física exposta à retaliação de detentos milicianos e ex-policiais que ajudou a punir durante o seu mandato, como aconteceu na primeira vez em que esteve internado naquele xadrez", escreveu o advogado.

O argumento usado para colocar Cabral em um presídio longe dos outros detentos da Operação Lava Jato é o de que ele é um preso sentenciado. "O pedido é para voltar para Benfica, porque é a unidade para os presos da Lava Jato e é mais próximo do Tribunal Federal", diz. Até o último dia 11, Cabral estava em Pinhas, no Paraná, por causa de supostas regalias que estaria tendo no Rio. Promotores apontaram uma "rede de serviço e favores" montada para o ex-governador dentro da cadeia. Recentemente, foi descoberto até um "motel" dentro da unidade.

Alguns privilégios citados foram colchões, com camas utilizadas na Rio-2016, padrão distinto dos distribuídos pela Seap; videoteca, com uma tentativa de instalação de um home theatre no presídio de Benfica; e academia (aparelhos de musculação de "bom padrão como halteres e extensores de uso exclusivo", o que não é permitido).

RÉU MAIS UMA VEZ

Sérgio Cabral e a ex-primeira dama Adriana Ancelmo se tornaram réus de mais uma ação na Justiça, por peculato. O juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal do Rio, aceitou denúncia do Ministério Público Estadual que acusa ambos de usarem helicópteros do governo estadual em 2.501 viagens pessoais, sendo 2.281 vezes por Cabral e mais 220 vezes por Adriana.

Na decisão, o magistrado ressaltou que a "autoria e a materialidade dos crimes" estão minimamente delineados na denúncia do MP. Além das viagens, Cabral teria comprado duas aeronaves mais modernas e confortáveis, por meio de licitações suspeitas, no valor total de R$ 32 milhões. As negociações também estão sob investigação. Para o MP-RJ, os dois helicópteros comprados são mais luxuosos que os outros pertencentes ao Estado e, portanto, aumentaram os custos de manutenção e combustível.

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