Projeto prevê financiamento para catadores do Jardim Gramacho

Foto: Banco de ImagensO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode conceder ainda este ano, um apoio financeiro até R$ 5 milhões para projetos com catadores de material reciclável do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O banco e a Prefeitura negociam o financiamento para projetos de geração de renda. Um encontro aconteceu no dia 20, na sede do BNDES, no Rio, com representantes da Prefeitura, que ficou de encaminhar, em um mês, um projeto com alternativas de qualificação profissional e trabalho para os catadores.

O documento incluirá a ampliação da coleta seletiva de lixo em Duque de Caxias, onde são geradas 1,2 mil toneladas de lixo por dia.

- A nossa meta é dar inclusão social para os catadores, fazendo com que possam se tornar, no futuro, gestores da cadeia produtiva da reciclagem, com mais renda - afirmou o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento da cidade, Samuel Maia, presente ao encontro. O projeto será avaliado pelo BNDES e pode ser aprovado três meses após a entrega do documento, segundo o gerente do Departamento de Economia Solidária da instituição, Eduardo Lins de Carvalho. Será considerado para financiamento não reembolsável, principalmente, a quantidade de material reciclável obtido a partir da coleta seletiva.

Em Duque de Caxias, 20% dos trabalhadores são catadores de material reciclável. A maioria está na profissão por falta de outras oportunidades de emprego, segundo levantamento da prefeitura.  A prefeitura vai investir em geração de renda para atender os 2,5 mil catadores que devem ter o trabalho diminuído com o fechamento do local. A parceria da prefeitura com BNDES prevê uma contrapartida de pelo menos 50%, que pretende levantar o dinheiro também por meio do Fundo de Capacitação dos Catadores, criado como forma de compensar os impactos provocados pelo lixão.

Lixão vai ser desativado até o final do ano

Funcionando como lixão e não um aterro sanitário desde a década de 70, o local acumula cerca de 60 milhões de toneladas de lixo. Recentemente foi retratado no documentário “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar deste ano. Ele mostra o trabalho do artista plástico brasileiro Vik Muniz, que, com os catadores, transformou lixo em obra de arte. O presidente da Associação de Catadores do local é Tião Santos, de 32 anos, que vem articulando para que se tenha um projeto de aproveitamento dos trabalhadores.

Parte do lixo carioca, já começou a ser levado para um aterro no município de Seropédica, também na Baixada Fluminense. A desativação do lixão do Jardim Gramacho, que recebe nove mil tonelada de lixo por dia - 6,8 do Rio e o restante de Duqeu de Caxias, Nilópolis, Queimados e São João de Merito - será gradual e deverá estar concluída até dezembro. Em seu lugar será implantada uma Área de Proteção Ambiental (APA). Serão 15 anos de extração de gás metano e monitoramento do terreno de 1,3 milhão de metros quadrados.

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