MPRJ ajuíza ação por ato de improbidade contra Washington Reis por condutas ilícitas na retomada da administração de cemitérios

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MP pediu também o bloqueio R$ 2 milhões e a quebra de sigilo bancário e fiscal a fim de se identificar o patrimônio do réu

IMG 20200503 WA0003O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Duque de Caxias, ajuizou ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis. A ação demonstra uma série de medidas ilícitas tomadas pelo réu visando à retomada da administração dos cemitérios de Duque de Caxias, através da intervenção municipal. 

 

IMG 20200513 WA0091Ocorre que, de acordo com a ação civil pública, tais condutas representam atos típicos de improbidade administrativa, na medida em que geraram gastos públicos desnecessários, com perda patrimonial ao Município de Duque de Caxias; prejuízo ao erário; violaram normas constitucionais e legais, bem como decisões judiciais e obrigações contratuais; e atentaram contra os princípios da administração pública, uma vez que houve desvio de finalidade e ausência de publicidade dos gastos e dos atos administrativos.

Entre as condutas correlacionadas do réu que motivaram a ação está a aquisição, construção e aparelhamento de um cemitério público pelo Município, responsabilidade que era da concessionária que presta o serviço cemiterial ao município. Além de gasto público desnecessário, essa ação provocou a utilização de servidores e da estrutura logística de outros órgãos da Prefeitura. Ainda segundo o MPRJ, a encampação do serviço de administração cemiterial representa evidente desvio de finalidade.

Diante dos fatos, o MPRJ requereu, além da condenação por ato de improbidade administrativa,  o bloqueio de valores e a quebra de sigilo bancário e fiscal do réu  a fim de se identificar o seu patrimônio e permitir o ressarcimento do dano causado ao erário municipal, entre outras medidas.

 

Humilhação

IMG 20200513 WA0095Durante o período de encampação o que se vê é grande desorganização, desrespeito e o sofrimento e indignação estampado no rosto das pessoas que precisam sepultar seus parentes. Vídeos gravados no cemitério Tanque do Anil mostram momentos em que familiares gritavam desesperados clamando por respeito enquanto os caixões eram arrastados sobre macas hospitalares ou carregados ladeira a cima por parentes e amigos.

Devido a falta de estrutura da prefeitura, parentes que aguardavam os sepultamentos no cemitério Tanque do Anil tiveram que descarregar um caminhão de macas para serem utilizadas nos funerais.

No cemitério do Corte Oito, o que se viu foram carros funerários acumulados na rua porque, segundo relatos, os “agentes” da prefeitura não autorizaram a entrada dos corpos e não tinham organização nem estrutura para fazer o serviço.

A utilização de ambulâncias como carro funerário virou uma marca da administração de Reis, a prefeitura as usou para transportar caixões e retirar corpos do IML e necrotério do hospital municipal Dr. Moacyr do Carmo, além de macas hospitalares dentro do campo santo.

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