Câmara volta atrás e cassa homenagem a vereador preso

Foto: albertoellobo.shutterfly.comApós sessão muito tensa, na qual o presidente da casa, Dalmar Lírio Mazinho, exibia em plenário a última edição do Capital, que publicou, com exclusividade, a promulgação da Resolução nº 2342, que presta homenagem, com um “Título de Benemérito da Comunidade”, ao vereador Jonas É Nós, preso no dia 21 de dezembro pela polícia, a Câmara, por iniciativa do próprio presidente, após pedir o esvaziamento das galerias, realizou uma reunião fechada, com o fim de revogar a referida resolução. A notícia da revogação, da qual o Capital não tomou conhecimento oficialmente por parte do Legislativo, foi publicada no blog do jornalista Alberto Marques no dia seguinte à sessão, realizada no dia 8.

Essa parece ter sido a melhor solução encontrada para tentar minimizar a repercussão do assunto, que pegou a todos de surpresa, inclusive alguns vereadores. A explicação dada pelo vereador, reproduzida no blog, na verdade, não esclarece em nada a tal homenagem. O fato é que a notícia caiu como uma bomba nos meios políticos da Baixada Fluminense e não havia outro caminho a não ser sua cassação. A tentativa de explicar a homenagem a um vereador que está na cadeia - um acúmulo de projetos na última sessão do ano - não convenceu ninguém.

Informações obtidas nos bastidores do Poder Legislativo dão conta de que é grande a insatisfação de alguns vereadores com a reação e as declarações feitas pelo presidente para tentar justificar a outorga do título ao vereador preso. E o pior, essas informações conduzem, ainda, a um questionamento da permanência de Mazinho na presidência da Câmara,  até mesmo por sua duvidosa reeleição, pois o desgaste da imagem do Legislativo junto aos eleitores não é pouca coisa. Há, inclusive, muitos defensores de sua substituição pelo 1º Secretário, Moacyr Rodrigues da Silva, o Moacyr da Ambulância, que teria a missão de separar o joio do trigo e promover, de fato, a transparência dos atos e ações do Poder Legislativo, para que a sociedade e os contribuintes venham a tomar conhecimento de suas atividades cotidianas. Essa seria, ao que parece pelas conversas dos bastidores políticos, a melhor saída. E Moacyr, de imediato, como garante a Constituição Federal, retomaria a circulação de jornais nas dependências do Legislativo, mesmo os que estampam críticas ao Poder, acabando com o cerceamento da informação e permitindo que os servidores do Legislativo possam ter acesso a todos os veículos de comunicação, sem necessidade de “autorização prévia”, como determina Mazinho.