“A Saúde não pode ser moeda de troca política”

Marcelo Dino, pré-candidato a vice-prefeito em Duque de Caxias, fala sobre o tema ao Capital

O deputado estadual, Marcelo Dino (União), em entrevista exclusiva ao Capital, lembrou que “Saúde é para todos”, mas que, em Duque de Caxias, “isso, infelizmente, não é realidade”. Ele lamentou que o setor seja “uma moeda de troca política no município.

A coisa mais importante, o bem maior que o ser humano tem, é a vida. Então a primeira coisa que nós temos que entregar para a população é um atendimento digno, ao invés daquelas covardias que acontecem muitas vezes. A pessoa precisa implorar a um político para poder ter um direito que legitimamente é seu”, assinalou o deputado.

Ele lembra que o cidadão paga impostos e que ser bem atendido é um direito constitucional. “Não podemos admitir influência política no atendimento como acontece em Duque de Caxias, onde o que vemos é uma moeda de troca. Isso é uma tremenda covardia com quem precisa”. Sobre as alegações da prefeitura de que atende muitos pacientes de fora da cidade, Marcelo Dino explicou que é muito difícil e delicada essa situação, mas que, embora faça parte do Sistema Único de Saúde (SUS), a prioridade tem que ser sempre para o Duquecaxiense.

- É claro que não se pode negar atendimento a quem precisa, porque no final, é o SUS quem arca com os custos dos atendimentos, mas hoje, a cidade nem consegue atender com qualidade e de forma digna o munícipe. Há precariedade de pessoal, que é de responsabilidade da Prefeitura e isso gera demora, muitas vezes de meses apenas para uma consulta - dispara Marcelo.

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Na visão do parlamentar, “acontece de a pessoa de fora passar na frente do cidadão da cidade, que também precisa do atendimento como qualquer um outro, mas acaba ficando para trás por questões políticas, ou seja, a prioridade é determinada pela política e não pela rotina de demanda e procura normais”.

Perguntado pela possibilidade de parceria entre as prefeituras para buscar soluções comuns para problemas como este e outros, o parlamentar disse que “seria sensacional. Acredito que isso teria que acontecer, então haveria condições de ter um suporte maior, mais agilidade, mas nós sabemos que é uma das maiores dificuldades, além disso, essa organização precisa partir do Governo Federal, que é, na verdade, quem banca os procedimentos dos mais simples aos mais sofisticados, conforme preconiza o SUS”.

- Hoje Caxias não tem uma boa saúde, muitas filas, demora no atendimento, especialmente na questão de ambulatórios, pois a cidade não costuma contratar por concurso público novos profissionais, preferindo atuar com empresas terceirizadas onde as indicações passam pela política. Isso é trágico, pois muitos pacientes têm sua saúde agravada pela demora na marcação da consulta e depois na realização dos procedimentos necessários.

- A solução passa uma gestão honesta, correta, sem desvios e sem influência política. Precisamos deixar de aparecer no noticiário pelos escândalos e ser vistos como referência em qualidade - concluiu.