Inflação em 8,26% e selic em 13,5%

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) ter elevado a Selic em 0,5 ponto percentual na semana passada, analistas e investidores aumentaram a projeção do patamar de encerramento da taxa básica de juros neste ano. De acordo com as previsões, a Selic, hoje em 13,25%, deve chegar a 13,5% ao ano no final de 2015. Para 2016, a projeção dos juros básicos subiu de 11,5% para 12% ao ano.

As previsões estão no boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras que é divulgada semanalmente pelo Banco Central. O Copom volta a se reunir para deliberar sobre a Selic nos dias 2 e 3 de junho. Com relação à inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o mercado elevou a expectativa de 8,25% para 8,26%. A estimativa de alta dos preços administrados, como o da gasolina e da energia elétrica e do gás natural utilizado pela indústria, passou de 13,1% para 13,05%.

O boletim Focus prevê ainda retração na atividade econômica do país. Os analistas aumentaram a projeção de queda do Produto Interno Bruto (soma dos bens e riquezas produzidos em um país) de -1,10% para -1,18%. A estimativa para o câmbio foi mantida em R$ 3,20. A estimativa da dívida líquida do setor público permaneceu em 38% do PIB. A estimativa do déficit em conta-corrente, que mede a qualidade das contas externas, passou de US$ 78 bilhões para US$ 78,5 bilhões. O saldo projetado para a balança comercial passou de US$ 4,17 bilhões para US$ 4 bilhões. Os investimentos estrangeiros estimados subiram de US$ 57 bilhões para US$ 57,5 bilhões.

O clima de incerteza entre os empresários é decorrente da queda de braço na base aliada, em especial as críticas dos petistas à MPs que modificam o pagamento do auxílio desemprego, exigindo maior tempo no novo emprego, bem como as mudanças, que já estão em vigor, no pagamento do PIS/Pasep Enquanto a base do governo, comandada pelo PMDB, defende a terceirização a aprovação das MPs, o PT e outros partidos nanicos aliados insistem em inviabilizar a regulamentação da terceirização, que também é combatida por Lua e Dilma.

Nesse salseiro, em que cada partido tenta tirar proveito da situação, os empresários desistem de novo projetos, suspendem ampliação dos negócios e caminham para a recessão. Alguma dúvida de quem irá pagar por essas desavenças em torno do plano do ministro Joaquim Levi de levar a economia a pelo menos uma praia menos poluída de mesquinharia a ambições menores?

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