Foi dada a largada na briga interna do PMDB pelo poder na Alerj

Após a publicação em Diário Oficial da convocação dos deputados para a abertura dos trabalhos legislativos, foi dada a largada nos bastidores para as articulações para a escolha do presidente e da Mesa Diretora que comandará a Casa no próximo biênio 2014-2015. Após se dividir nas últimas eleições municipais em clara evidência de um racha entre o Governador Sérgio Cabral e o presidente do PMDB no Rio e ex-presidente da Alerj, Jorge Picciani, mais uma vez a briga interna no PMDB coloca frente a frente dois peemedebistas: o atual presidente Paulo Melo e um dos maiores articuladores políticos do estado, deputado Domingos Brazão.

O atual presidente tem o apoio declarado da maioria de seus pares, mas Brazão trabalha desde o final de 2012 pelo apoio dos deputados da oposição, além de angariar apoio dos 'Nobres' insatisfeitos com a excassez de espaço em cargos da Casa e benefícios do Governo do Estado e por isso, conta na surdina com apoio de Picciani para conquistar a própria bancada do PMDB que se somariam aos votos vindos do PR, PV, PSDB e Psol.

Pode parecer um pouco distante do interesse da população, mas uma eleição para a presidência da Assembleia é determinante para o futuro político do estado. Foi graças a presidência da Alerj que Picciani conseguiu dar corpo a seu projeto de sair candidato ao Senado. Só não contava esbarrar com Lindberg pelo caminho.

Hoje, o plano do atual presidente Paulo Melo segue os passos do antecessor. Sairia candidato ao Senado em 2014 contando com os votos da Região dos Lagos e uma briga com dois adversários de manor apelo que Lindberg, que poderiam ser César Mais (DEM) e Gabeira (PV). Em caso de tropeços pelo caminho ao Senado, deve facilmente no mesmo pleito de 2014 fazer de sua esposa, atual prefeita de Saquarema, deputada estadual e tentar uma vaga como Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Briga também pela CCJ

Apadrinhado de Picciani, o deputado Bernardo Rossi (PMDB), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa (Alerj), deve ter concorrência pesada para se manter no cargo. E boa parte dela também virá do seu próprio partido, muito embora o adversário mais temido venha de fora. Dentro do PMDB, ninguém sabe ao certo quem pode se viabilizar junto ao presidente da casa, Paulo Melo, para assumir a comissão, a mais importante de qualquer parlamento.

Fala-se em uma variedade de nomes: de André Lazaroni, vice-líder do governo a Edson Albertassi, primeiro vice-presidente, passando, inclusive, por Domingos Brazão, caso ele desista de da presidência. Porém, segundo as más línguas, a maior ameaça ao reinado de Bernardo Rossi vem de fora. Trata-se de André Corrêa (PSD). Dono da maior bancada da casa, o partido deseja mais espaço. E o pior de tudo é que, segundo se diz nos corredores da casa, Corrêa e Picciani se tornaram desafetos. A vitória do PSD, nesse caso, seria encarada como mais um golpe no cacique peemedebista.