Delta pede recuperação judicial

Alvo de investigação da “CPI do Cachoeira”, a construtora DELTA entrou na última segunda-feira (4) com o pedido de recuperação judicial. O processo tramita na 5ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

A recuperação judicial é um instrumento utilizado por empresas economicamente viáveis que, em face de dificuldades econômicas transitórias, não conseguem saldar suas dívidas e, para evitar um eventual estado falimentar, socorrem-se de tal expediente, submetendo os credores a uma proposta para quitação de débitos (conhecido como plano de recuperação judicial), com desconto de valores e forma mais alongada de perfil.

O pedido de recuperação foi feito poucos dias após a holding J&F anunciar oficialmente a decisão de não consumar a compra da Delta, da qual é gestora. O presidente da J&F, Joesley Batista, afirmou que a decisão foi baseada em uma série de fatores – não só pelas denúncias que envolvem a construtora.

Em nota divulgada à imprensa, a construtora alega "que o envolvimento de alguns de seus executivos em supostos atos ilícitos, que estão sendo investigados judicialmente, tem levado a empresa a sofrer uma espécie de bullying empresarial". Explica ainda que vários entes da administração pública estão deixando de honrar os pagamentos de obras já executadas em virtude do desgaste causado à imagem da empresa, que é investigada inclusive por envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

A empresa também alega que pretende adquirir “fôlego financeiro” para saldar todas as suas dívidas, já que se encontra numa situação “insustentável”. Apesar de tanto, desde o início do ano a Delta já recebeu dos cofres públicos aproximadamente R$ 240 milhões, segundo levantamento da ONG Contas Abertas e, além disso, é a empresa que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo Federal desde 2007. No que depender da União, pelo menos, a Delta não tem do que reclamar.

Por fim, a Delta informou à Justiça que todas as empresas do grupo são viáveis economicamente e possuem ativos relevantes, além de estarem aptas a efetuar as obras e serviços públicos e privados para os quais foram contratadas.

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