Conversa com a Presidenta 01/08/11

Érika de Andrade Vianna, 35 anos, técnica em contabilidade de Fortaleza (CE) - Presidenta, a internet banda larga a 35 reais será mesmo uma realidade?

 Presidenta Dilma – Sem dúvida, Érika. Em 30 de junho, o governo federal assinou Termos de Compromisso com as empresas de telefonia fixa para a prestação de serviços de internet. Em até 90 dias, elas deverão oferecer internet em alta velocidade por meio de conexões de um megabit por segundo (1 Mbps), a R$ 35,00 por mês (impostos incluídos). As empresas não poderão fazer o que chamamos de "venda casada", que é condicionar esta assinatura de internet à de outros serviços de telecomunicações. E o governo federal vai monitorar a oferta do serviço e o cumprimento do compromisso assinado pelas empresas. A Anatel, que é a agência fiscalizadora da área, vai estabelecer metas de qualidade de conexão, bem como regras de publicidade e transparência. O Ministério das Comunicações prevê que o Plano Nacional de Banda Larga vai trazer outros benefícios aos usuários, pois a competição levará muitas empresas a cobrar menos de R$ 35,00 por mês ou a aumentar a velocidade cobrando o mesmo preço. Estou certa de que conseguiremos aumentar a oferta e diminuir o preço da internet para reduzir ainda mais a desigualdade entre os brasileiros.

 

 

Wanda Justino, 39 anos, professora de Salvador (BA) - A senhora acha que o Minha Casa Minha Vida 2 vai finalmente zerar o déficit habitacional?

Presidenta Dilma – Wanda, nós estamos criando as condições para que um dia todos os brasileiros venham a realizar o sonho da casa própria. Durante muito tempo o Brasil não teve política habitacional para as famílias de baixa renda, o que fez com que o problema do acesso à moradia se agravasse. Com a criação, em 2005, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, começamos a construir alternativas de financiamento para enfrentar o déficit habitacional. E, em 2009, ainda no governo Lula, demos um passo mais decidido, com o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Em sua primeira fase, o programa contratou mais de 1 milhão de moradias, sendo 400 mil destinadas a famílias com renda de até três salários mínimos. Elas receberam os maiores subsídios. Na segunda fase do programa, o MCMV 2, mais 2 milhões de unidades habitacionais serão contratadas e, desta vez, vamos triplicar os beneficiários de renda mais baixa. Será de 1,2 milhão (60%) o número de moradias destinadas  às famílias com renda de até R$ 1.600. Somadas as duas fases do Minha Casa Minha Vida, teremos um impacto muito grande na redução do déficit, embora não vá ser totalmente eliminado até 2014. Mas o importante é que o Brasil finalmente abriu os olhos para o problema e implantou uma política habitacional consistente, que precisa ter continuidade para chegarmos à eliminação do déficit habitacional no país.

 

Márcia Jane Garcia, 58 anos, assessora contábil de São Paulo (SP) - Menores de 16 anos não podem trabalhar. Existe a lei do menor aprendiz, que favorece apenas um segmento da sociedade, pois abrange a faixa dos 16 aos 24 anos. É possível a revisão de tal lei, propiciando emprego a tantos menores e tantas famílias carentes?

 Presidenta Dilma – Márcia, de acordo com a Lei da Aprendizagem, o aprendiz deve ter entre 14 e 24 anos. Ou seja, a faixa de 14 a 16 anos já está incluída e sendo atendida. Esta lei é muito importante, porque os jovens contratados como aprendizes têm a oportunidade de combinar a vivência, na prática, de uma profissão com a formação profissional. Isso porque, durante o contrato, eles devem ser matriculados, pelas empresas, em entidades que oferecem cursos de qualificação. E as horas dedicadas às aulas fazem parte da jornada de trabalho. Além do mais, o contrato de aprendizagem, que pode ter duração de até dois anos, oferece todas as proteções trabalhistas:  descanso semanal remunerado e feriados, FGTS, férias remuneradas e décimo terceiro salário. Aos jovens de 14 a 18 anos são proibidas atividades perigosas ou insalubres e também atividades práticas que prejudiquem o seu desenvolvimento físico, psicológico e moral. O governo federal tem feito campanhas e parcerias para aumentar a utilização deste tipo de contrato pelas empresas, o que é bom para os dois lados – para o jovem, que tem a oportunidade de aprender uma profissão; e para a empresa, que tem a chance de formar os seus futuros trabalhadores. Em 2011, até maio, havia cerca de 240 mil jovens contratados como aprendizes no mercado de trabalho brasileiro.

MEDCOR Exames Cardiológicos
MEDCOR Exames Cardiológicos