CONVERSA COM A PRESIDENTA

ANNA LÚCIA VASCONCELLOS, 26 anos, agricultora de Teresópolis (RJ): O que o governo federal fará (ou está fazendo) pelas famílias que perderam tudo com a tragédia que devastou a região serrana?

Presidenta Dilma - Anna, desde o primeiro momento da tragédia, na virada do dia 11 para o dia 12 de janeiro, o governo federal atuou na ajuda às vítimas. Imediatamente, mandamos onze helicópteros e 500 homens das Forças Armadas para auxiliar no socorro. A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec) mobilizou o Grupo de Apoio a Desastre (Gade), que operou em todas as fases, reduzindo a ocorrência de danos e prejuízos. Até o dia 18 de janeiro já tínhamos enviado R$ 100 milhões para o governo estadual e para sete municípios afetados, sobretudo para ações de socorro e assistência. Disponibilizamos também cestas de alimentos, vacinas e ambulâncias do SAMU 192, e estamos apoiando as ações de reconstrução. No começo de junho, foi autorizado o chamamento público para as empresas que apresentarão os projetos destinados à construção de 6.641 moradias. O projeto, com investimentos de R$ 351,2 milhões do governo federal, R$ 278 milhões do governo estadual e R$ 40 milhões da iniciativa privada, prevê também a reconstrução de 97 pontes e a contenção de 66 encostas das áreas afetadas. Vamos inaugurar este ano um Centro de Alerta para Desastres, a cargo do Ministério da Ciência e Tecnologia, e estamos investindo fortemente na melhoria do Sistema Nacional de Defesa Civil.

 

ALÉXIA DUARTE, 17 anos, estudante de Marataízes (ES): O que o governo pretende fazer para melhorar o desenvolvimento educacional e aumentar as ofertas para ingresso em faculdades públicas?

Presidenta Dilma - Desde o governo passado, nós adotamos medidas para melhorar a qualidade do ensino e democratizar as oportunidades na educação pública. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) já ajudou a aumentar o número de vagas de ingresso nessas instituições, de 109 mil em 2003 para cerca de 235 mil neste ano. E vamos dar continuidade à ampliação da rede pública, mantendo o foco na interiorização das universidades. Alexia, há também o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), no qual o estudante é selecionado em função da nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mais democrático, este sistema evita que o estudante passe pelo desgaste de prestar vestibular em várias universidades. Do ano passado para cá, o número de universidades participantes passou de 23 para 39. Não podemos nos esquecer do Programa Universidade para Todos (ProUni), de concessão de bolsas de estudos para estudantes de famílias de baixa renda, que já beneficiou 864 mil estudantes até maio de 2011. E do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que faz empréstimos a juros baixíssimos para financiar curso superior e tem diversas facilidades para as amortizações. Com estes programas, que terão continuidade em meu governo, ampliamos de forma consistente as oportunidades de acesso ao ensino superior.

 

 WILMA ALC NTARA, 23 anos, estudante de Porto Nacional (TO): Como será a sua relação com os governadores que não são de sua base de sustentação?

Presidenta Dilma – Wilma, nesses seis meses de convivência, já provamos o que queremos para todo o meu mandato: manter uma relação republicana e solidária com todos os governadores e prefeitos, independentemente de suas filiações partidárias. A disputa política, o embate de idéias entre os diversos partidos, deve se dar na sociedade, através dos meios de comunicação, no parlamento, entre outros espaços. É legítimo, faz parte da democracia e é importante que seja assim. Mas no executivo, temos que estabelecer parcerias que beneficiem a sociedade. Por exemplo, no Brasil sem Miséria, um ator fundamental será a prefeitura municipal. É o prefeito, através de órgãos da administração do município, que terá condições de localizar e assistir cada família que precisa de ajuda. As parcerias que estabelecemos não levam em conta se o prefeito ou o governador são do partido A, B ou C. Afinal, fui eleita para ser a presidenta de todos os 190 milhões de brasileiros. No programa Minha Casa Minha Vida e no PAC, procuramos envolver todos os governos estaduais e todas as prefeituras porque a nossa preocupação primeira é chegar às áreas que mais precisam de apoio, sem levar em conta a filiação partidária do gestor local. Portanto, Wilma, tenha a certeza de que nossa maneira de administrar terá sempre como foco o bem-estar de todos os brasileiros, sem distinção de qualquer espécie.

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