Coluna do Moreira

bastidores_brasiliaMoreira Franco, é Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

Boas festas e cautela!

Fim do ano se aproximando, com uma rapidez que nos assusta, expectativa de festas, presentes, compras. É a hora de sairmos para gastar. Levamos a carteira, os sonhos, até a calculadora mas, às vezes, esquecemos de carregar junto muita atenção e cuidado. Porque essa é a hora em que as boas ofertas estão a nossa espreita, a cada segundo. Especialmente de quem acaba de chegar à nova classe média brasileira. São os pacotes de viagem, os eletrônicos, os brinquedos das crianças. Todos com ofertas tentadoras, mas que deixam muito a desejar quando o quesito é transparência. Portanto, antes dos votos de “boas festas”, neste momento a palavra é: cautela!

Emprego temporário, oportunidade permanente

O shopping centers e as lojas de rua em todo o país já começaram a se preparar para o Natal, a data comemorativa mais importante para o comércio e a indústria, cujas vendas serão impulsionadas por cerca de R$ 110 bilhões que serão acrescentados no mercado somente com o 13º salário. É o período em que se abrem também as melhores chances para a conquista de um emprego, sobretudo para os mais jovens, justamente a parcela da população que enfrenta maior dificuldade para obter uma colocação no mercado de trabalho.

 

O consumidor empreendedor

Existe uma parcela significativa de brasileiros que olha para o futuro com otimismo, que está disposta a realizar seus sonhos e continuar enriquecendo e progredindo na vida. É o que revela cada nova pesquisa que se faz para entender os valores e aspirações dos integrantes da nova classe média, que hoje totaliza mais da metade da população. A mais recente delas, divulgada nesta semana, mostra, por exemplo, que 63% das pessoas matriculadas em faculdades no País já são desse extrato social. E o mais impressionante é que mais da metade dos seus indivíduos, ou 51% deles, aspira ter seu próprio negócio. Esse é um ativo que a sociedade brasileira conquistou com muito sacrifício para atingir o objetivo de criar uma sociedade que não precisa mais conviver com o autoritarismo e com a inflação elevada.

 

Cuidar da infância, um objetivo estratégico

O Brasil descobriu, mesmo que com atraso considerável, a importância de sair do mero discurso repetitivo e colocar, efetivamente em prática, políticas e medidas de proteção e de incentivo ao desenvolvimento das crianças brasileiras. Nos últimos dez a 20 anos o país tem buscado, com razoável sucesso, minorar as condições que, historicamente, fizeram o Brasil ostentar, por muitos anos, índices vergonhosos de saúde pública e de educação.

           Para além do proselitismo de ocasião, o discurso da necessidade de fazer pelas crianças como forma de assegurar um futuro melhor para o país passou, nos últimos anos, a ser encarado, não só como humanitário, mas, também e principalmente, como estratégico.

 

Quem poupa tem

A chegada do fim do ano e, com ele, do 13º salário, é momento de tomada de decisões importantes para as famílias sobre o que fazer com esse dinheiro. Poupar, consumir ou quitar as dívidas? A resposta a essa indagação poderá ser bastante difícil para as que não têm o orçamento sob controle. No entanto, esse período é crítico para todos por estimular o consumo desenfreado, transformando os consumidores em vítimas de verdadeiras armadilhas financeiras.

Não são poucos os que terminam as celebrações de dezembro e as férias tendo provocando um rombo em suas contas capaz de vir a comprometer o orçamento nos meses seguintes. E não só a questão financeira está em jogo, como também a saúde e o sossego de todos os integrantes da família, uma vez que, como alerta o provérbio popular, “casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”.

 

Inclusão digital

Existem no Brasil 107 mil lan houses, responsáveis pelo acesso de 32 milhões de brasileiros à internet, que são parceiros importantes em praticamente todas as ações governamentais, como acontece nas áreas da educação e da saúde. Elas atendem o cidadão diretamente em sua comunidade, com eficiência e baixo custo.

Nos últimos anos, as lans assumiram papel social importante para parcela significativa de brasileiros, especialmente os de baixa renda. Segundo dados mais recentes do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), essas lojas respondem pela inclusão digital de 35% dos brasileiros conectados à rede mundial de computadores. Pesquisa encomendada pelo CDI, com 891 frequentadores de lans em todo o País, constatou que ler e-mails; comunicar-se com amigos e parentes; ver vídeos, fotos e ouvir música são os usos mais comuns para, respectivamente, 67%, 65% e 55% dos usuários desses estabelecimentos, que viraram espaço de convívio e de diálogo virtual, onde se reúnem amigos, familiares e namorados.