Governo e comunidade. Parceria pela paz

A inauguração do teleférico do Alemão pela presidenta Dilma Rousseff, na quinta-feira, dia sete de julho, é a consagração, aqui no Rio, de uma parceria que tem garantido paz em locais antes praticamente abandonados pelo Poder Público em todo o País: a parceria entre o Estado e a comunidade. E quando escrevo Estado, me refiro aos poderes federal, estadual e municipal. Repito o óbvio: ao Estado cabe garantir as condições para que as pessoas vivam com dignidade, conforto e segurança. Na ausência do Estado, o patrão impõe suas próprias regras de trabalho aos empregados, o criminoso impõe sua condições aos honestos, quem tem mais manda em que tem menos, quem tem pouco manda em quem não tem nada. Impera a lei do mais forte. Aparecem os “donos do pedaço”.

 

                A devolução do Complexo do Alemão à comunidade começou quando o Poder Público voltou a olhar para ele, levou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) até lá e abriu um canal de diálogo com os moradores. Os fora da lei foram alijados do diálogo. Quando o Estado subiu o morro levando saneamento, urbanização, moradia, saúde, emprego e segurança, os moradores foram se livrando da necessidade de se submeter às ordens dos “donos” da comunidade, disfarçadas de ajuda, ou proteção.

                As mais de 30 mil famílias que conquistaram o direito de ocupar casas melhores em ruas urbanizadas e passaram a contar com serviços médicos, áreas de lazer, escolas melhor equipadas, conquistaram, também, um pouco mais de cidadania. E a cidadania funciona como escudo contra o poder de cooptação do bandido. Se o Estado garante um mínimo de dignidade e cria condições para que o cidadão busque pela própria força uma vida melhor, não há porque ceder ao aliciamento do criminoso, que atua no vazio deixado pela ausência dos serviços públicos.

                A conquista da paz nas comunidades pobres do Rio e de todo o Brasil depende fundamentalmente da ação do Poder Público. Não é fácil, mas é simples a tarefa dos governos na parceria com os brasileiros em busca da segurança e da dignidade: basta entregar a eles as ferramentas necessárias para que abram seus próprios caminhos e construam o país desenvolvido e justo em que todos merecemos viver.

                Foi assim no Morro do Alemão. Pode ser assim em todos os Morros do Alemão espalhados pelo Brasil.