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Diferença de preços

O brasileiro é cada vez mais estimulado, quando em viagem ao exterior, a adquirir produtos que no comércio nacional custam muito mais caro. Se tomarmos como exemplo um par de tênis da moda e compararmos o preço no Brasil e nos Estados Unidos, constataremos uma diferença gritante.

Num site de venda de material esportivo, o produto pode ser adquirido por R$ 799. Existem também opções de compra numa página na internet que comercializa produtos importados. Lá, custa R$ 662,40, isso se o consumidor pagar por meio de boleto ou depósito bancário.

Mas, se estiver em Miami ou Nova York, o mesmo par de tênis pode ser adquirido por cerca de R$ 350, sendo um pouco mais ou um pouco menos dependendo da cotação do dólar. Há também uma variedade de opções para o consumidor, sempre com preços mais em conta que os praticados no Brasil.

A justificativa para essa disparidade está na carga tributária. Isso representa em alguns produtos e serviços cerca de 40%. Ou seja, para cada R$ 100 o consumidor está deixando R$ 40 em tributos. Esse cenário expõe a necessidade de revermos o desequilíbrio, a fim de possibilitar que a oferta de produtos estimule a aquisição no mercado nacional.

O que torna essa situação ainda mais deplorável é que os consumidores não sabem quanto pagam de impostos, nem para quem estão pagando. A nota fiscal não traz esses dados. Mudar isto já poderia ajudar as pessoas a se engajarem no debate sobre o pagamento de impostos.

Hoje, a questão fiscal está muito mais relacionada aos interesses do Estado do que aos dos cidadãos. Fala-se em reforma tributária para discutir quanto cada ente da Federação vai receber do bolo arrecadado de toda a sociedade. Isso mostra que, talvez, estejamos tomando um caminho equivocado.

É preciso, portanto, que a sociedade se envolva neste debate e não só os governos, o Congresso e as suas autoridades monetárias. Tenho a convicção de que mudanças pontuais na lei seriam muito mais eficazes do que uma reforma ampla, especialmente se elas considerarem o quanto se paga e também quem sãos os reais beneficiários dos tributos.

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