Nossos carros são um risco de vida

Os carros vendidos no Brasil hoje são altamente inseguros. Esta é a conclusão de estudos recentes sobre o padrão dos nossos veículos. Os carros populares oferecem baixíssima segurança para os ocupantes por não apresentarem recursos como “airbags” e freios tipo ABS, itens absolutamente comuns ou mesmo obrigatórias em carros em países da Europa ou nos EUA. Até mesmo os carros considerados de luxo, daqueles distantes do orçamento da maioria das famílias, deixam a desejar na proteção de seus passageiros.

            Outro dado chocante é que os carros de algumas marcas têm diferenças significativas em relação a suas versões em outros países. Ou seja, nossos carros são mais inseguros até na comparação com o mesmo carro em outra parte do mundo, já que os testes realizados com os nossos veículos são exatamente os mesmos realizados em outros locais.

Para mudar esse cenário, o Conselho Nacional de Trânsito do Brasil vem adotando medidas ainda tímidas. Mais recentemente resolveu adiantar a obrigatoriedade do sistema de freio ABS e “airbag” em veículos voltados para o transporte de cargas e picapes de cabine dupla já a partir do ano que vem. Para os automóveis de passeio, a obrigatoriedade começará só em 2014.

O Brasil precisa avançar mais rapidamente na garantia da segurança e da qualidade dos seus veículos. Isso porque a situação tende a se agravar nos próximos anos, pois a frota de veículos não para de crescer. Há cinco anos o número de emplacamentos era cerca de 1,5 milhão de carros novos. Em 2011 passamos de 2,7 milhões de carros novos nas ruas.

Com o aumento de renda no Brasil e a entrada de uma considerável parte da população na classe média, a troca de carro por um modelo mais novo, supostamente mais moderno e seguro, entrou para a lista de objetivos de muitas famílias.  A indústria automobilística tem a responsabilidade de oferecer mais segurança. É uma exigência diante dos índices altíssimos de mortes em acidentes de trânsito e também uma obrigação com o futuro de milhões de consumidores e de suas famílias.