Casa Própria, um sonho ainda distante

O custo médio do aluguel de imóveis no Rio de Janeiro subiu mais de 20% no último ano. Alto, muito alto. Mas, os problemas de moradia no Brasil não se restringem aos valores dos imóveis, quer sejam para comprar, ou alugar. Eles são mais complexos e multifacetados. Por exemplo, ao mesmo tempo em que temos um grande número de pessoas morando em condições abaixo do mínimo necessário, nos deparamos, também, com a escassez de habitação. O Brasil precisaria hoje de pelo menos cinco milhões de novas habitações, para solucionar os problemas dos que moram mal e dos que não encontram o imóvel que precisam. Apenas no estado do Rio de Janeiro seriam necessárias, no mínimo, mais quatrocentas mil moradias.

Felizmente, uma parcela do problema vem sendo reduzida com o programa Minha Casa Minha Vida. No fim do ano passado, foi anunciada a marca de 1,3 milhões de moradias construídas pelo programa, que pretende chegar a três milhões de casas populares até 2014. Os números são expressivos e registram o compromisso com metas que, há alguns anos, pareciam impossíveis de ser atingidas.

O Minha Casa Minha Vida é um programa para construir habitações destinadas à população com renda mais baixa. Não por acaso, esta é a faixa em que há maior demanda por habitação, como também é a parcela da população que paga os mais altos alugueis em comparação com a renda familiar. Uma família com renda de R$ 10 mil gasta cerca de 20% de seus recursos com habitação, enquanto uma família com renda de menos de R$ 1 mil chega a gastar cerca de 40% do seu rendimento com aluguel. Uma dinâmica perversa que o Minha Casa Minha Vida se propõe a reduzir.

Além de produzir novas moradias para a população de baixa renda, o programa também estimula o mercado da construção civil, não só para os grandes empreendimentos como os de pequeno porte. Isso sem falar na geração de emprego. Apenas de janeiro a setembro do ano passado, quase 300 mil novas vagas de trabalho foram abertas no setor, em todo o país.

Não desconhecemos que o problema do deficit habitacional ainda está longe de ser zerado. Muito ainda terá que ser feito no Brasil. Mas, não podemos deixar de reconhecer que estamos avançando nessa direção, especialmente em relação as populações com renda de até 6 salários mínimos.

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