Os jovens fazem parte da solução

O Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência lançou nesta última semana um relatório sobre os adolescentes brasileiros. A mídia noticiou o fato, destacando o tamanho das dificuldades que o governo e a sociedade enfrentam para cuidar do futuro de 20 milhões de brasileiros que estão na faixa de idade entre 12 e 17 anos. Os indicadores são drásticos quando o tema é a educação: 75,7% das adolescentes que já são mães não estudam e nada menos que 20% dos jovens de 15 a 17 anos estão fora da escola. A segurança desses brasileiros é uma questão igualmente problemática: o homicídio é a primeira causa de morte nesta fase da vida. Em média, 11 adolescentes entre 12 a 17 anos são assassinados por dia no Brasil. E meninas adolescentes estão envolvidas em 80% das denúncias de exploração sexual contra mulheres.

 

 

Quem tem filho adolescente fica alarmado com este cenário de riscos. No entanto, há um fenômeno novo no horizonte. As estatísticas também apontam para uma melhora gradual nos últimos anos. O levantamento constata que oito de dez indicadores analisados tiveram entre 2004 e 2009 uma expressiva melhora, como a redução do analfabetismo e do número de adolescentes que trabalham.

Outros estudos ajudam a entender essa transformação, ainda que não permitam comparações, por utilizar metodologias e critérios diferentes de análise. Sabemos, por exemplo, que a maioria dos jovens no Brasil hoje está na nova classe média, segmento que atualmente abarca 52% da população brasileira.  

Esses brasileiros, que hoje detêm educação e condições de renda melhores que a dos seus pais, utilizam parte da renda que conseguiram fazer crescer ao longo desses anos para pagar eles próprios a sua qualificação e ocupam mais empregos com carteira assinada do que os jovens mais pobres ou os mais ricos. Esse esforço precisa ser compreendido, reconhecido e estimulado tantos pelos pais e familiares como por iniciativas governamentais, de empresas e instituições em todos os níveis. Se a despeito da adversidade encontrada no meio, os jovens avançam, uma vez que eles passem a ser vistos como solução, o País passará a conviver, em um futuro próximo, com estatísticas que vão revelar mais esperanças do que dificuldades.

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