(I)mobilidade
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Estudo recente divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que no ano passado os congestionamentos custaram para a cidade do Rio de Janeiro R$ 27,2 bilhões. São 123 quilômetros de engarrafamentos por dia a que são submetidos não apenas os cidadãos, mas toda a rede de serviços da cidade. Segundo técnico da entidade, este montante seria suficiente para pagar todos os projetos de mobilidade previstos para o Rio até 2016 e ainda sobrariam R$ 9 bilhões.
O fato é que hoje temos menos tempo. Saímos de casa cada vez mais cedo para chegarmos na mesma hora no trabalho, ou em qualquer outro destino. E a tendência é que por conta das obras que estão sendo feitas, este ano ainda seja pior do que o que passou, tanto em tempo quanto em custo dos congestionamentos. A Firjan projetou R$ 29 bilhões de custo e 130 quilômetros por dia de engarrafamentos.
Espera-se que as obras que estão sendo feitas (expansão das linhas de Metrô, BRTs e VLT) devolvam tempo aos cariocas para que eles possam gastá-lo com mais qualidade, mas a médio prazo o que devemos pensar é em como desconcentrar. Como espalhar os empregos pela cidade, recriar espaços de moradia que possam contribuir para que além do tempo, as distâncias entre o trabalho e a moradia sejam efetivamente menores são um desafio. Não há projeto de mobilidade que possa dar certo sem a participação dos cidadãos, e sem o espaço para sonhar uma cidade em que possamos circular.
O que falta no debate sobre mobilidade nos grandes centros urbanos do País é planejar tomando como base a complementaridade dos modais (trens, barcas, vans, metro, ônibus, bicicleta), e não apenas a sua disponibilidade. Enquanto não formos capazes de projetar a cidade e um sistema de transportes que possa atender aos cidadãos, continuaremos a ter que colocar em cifras problemas que sentimos na pele todos os dias, sem encontrarmos no entanto o caminho da mudança.